Nuno Marques colocou hoje um ponto final nas suas funções de capitão da seleção portuguesa, depois de assegurar a manutenção no Grupo I da zona Europa/África do Sul e o acesso ao ‘qualifying' para o Grupo Mundial.

"Fecho o meu ciclo como capitão", anunciou Nuno Marques para justificar a sua recusa em pronunciar-se sobre os dois potenciais adversários de Portugal no ‘qualifying' de acesso ao Grupo Mundial, Canadá em casa ou fora no Cazaquistão.

"Não é assunto para mim, tenho a certeza que o próximo capitão vai fazer um trabalho incrível. Vai ser entusiasmante seguir este novo formato e esta equipa que vai estar preparada para tudo. Eles merecem o Grupo Mundial há muito tempo e vão ter uma próxima oportunidade importante, mas, se não conseguirem, vão ter mais de certeza", avançou.

Para a decisão, "tomada em meados deste ano, talvez depois da eliminatória na Suécia" em que considerou "ser ‘timing' certo", Nuno Marques aponta as maiores responsabilidades na Rafa Nadal Academy, em Maiorca, onde trabalha há cerca de dois anos, e a distância.

"Fico muito contente pelas alternativas, sei que há pessoas muito competentes que de certeza vão fazer um trabalho tão bom ou melhor e isso é algo que me deixa tranquilo com a minha decisão. Tenho um projeto fora de Portugal, venho cá duas ou três semanas para ser capitão da Taça Davis e sinto-me um bocadinho longe, não só no sentido geográfico", explicou, confessando-se "feliz" por se despedir "a ganhar uma eliminatória tão importante e que decide mesmo a manutenção no Grupo I."

Na hora da despedida e antes de rumar a Maiorca onde é coordenador das raparigas na Rafa Nadal Academy, o ainda capitão fez questão de deixar vários agradecimentos.

"Ao Vasco Costa, um presidente exemplar, pela confiança, e aos jogadores. Como treinador e capitão fui um privilegiado, porque tive a sorte por termos estes jogadores para quem é importante representar o nosso país e estão sempre disponíveis. Ser capitão assim é mais fácil. Queria agradecer ainda ao Emanuel Couto, um amigo e excelente profissional, e ao Rui [Machado] que foi um jogador incrível e como coordenador técnico foi excelente ", finalizou.

O presidente da Federação Portuguesa de Ténis, por sua vez, não conseguiu evitar a emoção quando instado a comentar a despedida do capitão.

"Temos de respeitar a decisão do Nuno Marques. A iniciativa foi do Nuno, que comunicou a sua indisponibilidade a partir do próximo ano. Foram cinco anos de um grande trabalho, foi duas vezes ao ‘play-off’, quando só tínhamos ido uma", afirmou Vasco Costa, de voz embargada, dizendo que o nome do sucessor de Nuno Marques "será anunciado brevemente", tal como a equipa técnica da seleção nacional.