O capitão da seleção portuguesa de ténis disse hoje continuar a acreditar no apuramento para as finais da Taça Davis, apesar das duas derrotas em singulares frente ao Cazaquistão, no National Tennis Center, em Astana.

“Não era o resultado que esperávamos no Cazaquistão, numa casa difícil, onde eles têm um histórico muito favorável. Mas todos os encontros são importantes e o de pares, na Taça Davis, é sempre fundamental. Estamos focados para ganhar em pares e, isso acontecendo, a eliminatória fica completamente em aberto. O 2-0 agora parece pesado, mas com 2-1 já será completamente diferente”, afirmou Rui Machado, em declarações à agência Lusa.

Apesar de reconhecer ter ficado surpreendido com o balanço de dois pontos favorável ao Cazaquistão, o capitão português considera que Alexander Bublik se superou e não deu muitas oportunidades a João Sousa (39.º ATP) para assinar outro resultado.

“O João, apesar da derrota, fez um bom encontro. Defrontou um adversário que jogou e serviu muito bem, de forma excecional, e isso fez com que, num momento menos bom e em que baixou momentaneamente o nível, pesasse muito. Qualquer selecionador e português deve ficar orgulhoso da maneira como o João se entregou a este encontro. Não foi possível a vitória, mas a eliminatória ainda está em aberto”, garantiu, sublinhando que “o sonho do Grupo Mundial ainda continua vivo”.

Já em relação ao segundo encontro de singulares, Machado disse acreditar que o teórico favoritismo de Mikhail Kukushkin, número 55 do ‘ranking’ ATP, provou-se em ‘court’, embora Pedro Sousa (101.º ATP) “tenha tido alguma limitação física no segundo ‘set’”.

“O Pedro não conseguiu encontrar o melhor registo para fazer frente ao Kukushkin, que fez um excelente encontro. Quase não errou em nenhuma bola e taticamente jogou de forma irrepreensível. É um excelente jogador em piso rápido e era favorito. Estou orgulhoso da nossa equipa”, concluiu.

Tal como Rui Machado, também João Sousa entregou o total mérito da vitória ao jovem Bublik, que se estreou na Taça Davis e na seleção cazaque com 25 ases.

“Ele hoje foi melhor do que eu. Foi muito forte no serviço. Acho que nunca me tinham feito tantos ases na minha vida, inclusive no segundo serviço. Não consegui também jogar ao meu melhor nível. Depois de um primeiro ‘set’ muito renhido, levei a melhor [no ‘tiebreak’]. Na segunda partida, tive algumas oportunidades, mas não consegui concretizar e, após uma quebra de concentração, ele passou para a frente. Começou a jogar melhor e ganhou mais confiança”, reconheceu o vimaranense.

Já Bublik reconheceu ter beneficiado do seu serviço: “Quando estava aflito na linha de fundo, era com o serviço que conseguia sair de apuros”.

O capitão da seleção cazaque, Dias Doskarayev, concordou. “A força do Bublik está no serviço e foi muito importante não ter perdido a concentração, depois de ceder no ‘tiebreak’, porque o João nunca baixou os braços”, enalteceu.

Após o encontro, Pedro Sousa fez tratamento a uma lesão no cotovelo, antes de se deslocar a uma unidade hospitalar a fim de avaliar a gravidade da lesão contraída na execução de um serviço.