A conquista de duas medalhas nos VII Jogos da Região 5 da União Africana, disputados de 9 a 18 de dezembro, em Luanda, e o apoio material por parte da Federação Internacional (ITF) marcaram o ténis em 2016.

Apesar da evidente superioridade dos sul-africanos em ambas as classes, a proeza dos anfitriões aconteceu na competição de pares, na qual a dupla Fernando André/Danilson Bento obteve medalhas de prata.

Também nos pares mistos, depois dos insucessos nas partidas de singulares, já com a integração de Nádia Costa, os jogadores angolanos conseguiram a medalha de bronze. O ouro e a prata foram para África do Sul e Zimbabwe, no evento disputado nos "courts" dos Coqueiros.

Nos encontros de acesso aos quartos-de-final (singulares), Fernando André perdeu diante de Mehluli Sibanda, do Zimbabwe, por dois sets a um, com parciais de 6/2, 4/6 e 6/1, enquanto Danilson Bento baqueou frente a Tichimani Inocent, do Botswana, por dois a zero, com 7/5 e 6-0.

Os tenistas angolanos efetuaram um curto estágio preparativo em Espanha, na tentativa da obtenção de melhores resultados.

Quanto ao setor feminino, o país foi representado por apenas uma jogadora, em virtude da ausência de Jasmim Garnacho, em Portugal, ainda na estreia de singulares. A angolana Nádia Costa foi superada pela sul-africana Hashin Imanan, também por dois a zero.

Com este resultado, Angola ficou arredada da participação no torneio paralelo aos Jogos, denominado "Team Event2016", decorrido no CTL, com a presença dos cinco melhores classificados da prova principal, designadamente África do Sul, Zimbabwe, Botswana, Lesotho e Moçambique, em quatro disputas de singulares e duas de pares, em masculinos e femininos.

A Federação Angolana de Ténis (FAT) beneficiou de um lote de material desportivo para o incentivo à massificação da modalidade, depois de mais de cinco anos ausentes.

Tratam-se de um cesto para bolas e uma balança de equilíbrio, duas caixas de gripes e três de bolas de competição, quatro bolas medicinais e igual número de rolos de corda, cinco redes para o miniténis, 10 barras para saltos, 52 linhas e 100 raquetes para infantis.

Constam também da doação 210 cones, 560 bolas para crianças, aos quais foi adicionada uma parte de equipamentos comprados pela direção da FAT.

Competição interna

Foram realizados campeonatos nacionais de juniores, dominados pelos jogadores da capital, bem como os de seniores, em ambos os sexos, vencidos por Fernando André (CTL) e Vânia Lopes (IMEL).

Não foram disputadas as provas em absoluto e a Taça de Angola, que habitualmente encerram a época desportiva, por dificuldades financeiras.

No capítulo administrativo, além de dificuldades financeiras e da falta de uma sede para funcionamento, a FAT foi ainda afetada pelo auto-afastamento do vice-presidente, João Almeida, e do secretário-geral, Genivaldo Dias, por alegado desentendimento e "mau relacionamento" com Matias Castro da Silva.

Registou-se ainda a intenção manifestada por um grupo de antigos praticantes e agentes do ténis da necessidade da união da classe em trabalho abnegado para o desenvolvimento da modalidade em todo o país, no 1.º Encontro dos Amigos do Ténis, realizado na Galeria dos Desportos, no Complexo da Cidadela, em Luanda, para analisar e recolher contribuições para a resolução dos problemas que afetam a especialidade.

Durante o fórum, os participantes defenderam ainda a conjugação de esforços por parte de todos os setores da sociedade, para que a modalidade possa atingir os níveis desejados.

Acrescem atividades isoladas por parte de entidades privadas que realizaram torneios, principalmente infanto-juvenis e veteranos, como a "Criança em Movimento", Núcleo de Ténis do IMEL, Clube de Ténis de Luanda (CTL) e outras.

O ténis angolano, que já conquistou um título africano de juniores, com Anacleto Neto, na década de 90, é praticado nas províncias de Luanda, Benguela, Lunda-Norte, Huíla e Cabinda.

Primeira mulher presidente

Quanto ao ténis de mesa, o ano prestes a findar teve o privilégio de consagrar a primeira mulher a dirigir uma federação desportiva. Antónia Ribeiro foi eleita presidente da Federação Angolana de Ténis de Mesa (FATM), em substituição de Filomeno Fortes.

A vice-presidente do elenco cessante concorreu em lista única e de consenso e obteve oito votos de igual número de filiados (5 associações provinciais e três clubes de Luanda), durante ato ocorrido na sede da FATM, no Complexo da Cidadela.

A nova direção tem por principal objetivo apostar na massificação em todo o país, consolidar projetos e trabalhar no sentido de a modalidade ter mais conquistas.

Nas competições internacionais, a seleção angolana feminina foi quinta no Campeonato Africano de cadetes e juniores, na Tunísia.

Os campeonatos nacionais por equipas, individuais e pares, em masculinos e femininos, foram transferidos para janeiro, por razões escolares.

Cumpriu-se com outras provas do calendário da FATM, nas quais as equipas da capital mantêm a hegemonia nas distintas categorias.

Com 332 praticantes registados, dos quais 75 do sexo feminino, o ténis de mesa está implantado nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo, Namibe, Cabinda, Moxico e Cuanza-Norte. O seu Centro de Alto Rendimento (CARA) situa-se na capital, onde também funciona a FATM.