Pedro Sousa foi hoje alvo de uma homenagem no Club Internacional de Foot-Ball (CIF), onde deu os primeiros passos no ténis, encerrou a carreira profissional e onde se reuniram vários representantes do ténis nacional para o último adeus.

Numa sala repleta de algumas dezenas de amigos, familiares, jogadores, treinadores, admiradores e algumas crianças, as palavras “obrigada” e “talento” foram das mais pronunciadas na simples, mas sentida cerimónia, que deixou o tenista lisboeta visivelmente emocionado.

Sousa já havia anunciado a retirada dos ‘courts’ no início da temporada, foi homenageado durante o Estoril Open, mas voltou a jogar no Jamor, por ocasião do Oeiras Open 3 e Oeiras Open 4. A despedida oficial, essa, foi premeditada e cheia de significado, quando escolheu fazer as últimas direitas acutilantes no ‘court’ central do CIF, onde tudo começou pelas mãos dos pais, também eles antigos tenistas.

Até ao derradeiro encontro na segunda ronda do Lisboa Belém Open, quis o destino que fosse contra João Sousa, considerado o melhor tenista português de todos tempos, Pedro Sousa chegou a número 14 do mundo de juniores, conquistou oito títulos challenger, sete torneios ITF e disputou 35 finais no circuito profissional, entre as quais a final do ATP de Buenos Aires em 2020, um ano antes de se estrear nos Jogos Olímpicos em Tóquio2020.

Depois de partilhar algumas histórias antigas e dos elogios do presidente do CIF, António Oliveira, ao “filho do CIF, onde nasceu, cresceu e se reformou”, o presidente Fernando Ribeiro Rosa entregou um ‘diploma de reconhecimento’ a Pedro Sousa em nome da Junta de Freguesia de Belém.

Ao lado da mulher Margarida Monteiro, e sob o olhar atento da descendência, sobretudo do filho Manuel, de três anos, que entoava ‘Let’s go Pedro, Let’s go’, a cada salva de palmas, o antigo número 99 do ranking’ mundial foi igualmente distinguido pelo presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Rocha, que enalteceu “a excelente carreira” e a “enorme honra por ter estado no Centro Nacional de Alto Rendimento e onde se tornou atleta olímpico.”

“Ele conseguiu transmitir ao longo destes últimos anos algo muito especial aos atletas que treinavam com ele. Transmitiu valores do ténis e os valores da família, por isso muito obrigado Pedro. Foi um valor acrescentado como jogador, enquanto esteve no Centro de Alto Rendimento”, frisou, felicitando ainda o “suporte de toda família” ao tenista.

Já depois do agradecimento da mulher pela “aventura espetacular dos últimos anos”, foi a vez de Pedro Sousa, no seu estilo descontraído e engraçado, “agradecer a homenagem, o apoio enquanto jogador, aos colegas, treinadores, família, amigos que são como família, pai, mãe, Rita [irmã], sem os quais não teria sido possível.”

E quando a voz faltou a Pedro Sousa, que ainda deixou palavras especiais os filhos, a aplaudir de pé, como tantas vezes aconteceu ao longo da sua carreira, estavam os jogadores João Sousa, Francisco Cabral, João Domingues, Henrique Rocha, Jaime Faria, os treinadores Rui Machado, Bernardo Rocha, Manuel Costa Matos, Fernando Tocha e João Monteiro, João Lagos, antigo diretor do Estoril Open, e tantos outros que, das mais variadas formas, acompanharam um dos melhores jogadores portugueses de sempre.