Toni Nadal, ex-treinador de Rafael Nadal, assegurou hoje acreditar no regresso do tenista espanhol, a recuperar de uma lesão no pé direito, aos treinos sem limitações já em dezembro e que João Sousa voltará às boas exibições.
“[Nadal recuperado para o Open da Austrália?] Claro! Quero pensar que estará bem. Está a treinar, todos os dias um pouco mais e confio que, neste mês de dezembro, já pode voltar a treinar a ‘full’ e que tudo corra bem”, comentou o tio do detentor de 20 títulos do Grand Slam, à margem do Masters 2021 da Vanguard Stars.
Falando para dezenas de jovens tenistas apurados para a final do circuito, Toni Nadal partilhou um pouco dos princípios e valores incutidos a Rafael Nadal desde a sua formação até aos dias de hoje, destacando a “boa educação, a intensidade, vontade de treinar e melhorar, saber ouvir e obedecer”.
“Costumo dizer com a sua direita ganhou muitos pontos, mas com o seu caráter ganhou muitos encontros. Fui um treinador bastante duro e difícil para o Rafa. A vida de um desportista de alta competição é muito difícil e eu tentei, de uma forma simples, prepará-lo para isso. E fi-lo fortalecendo o seu caráter”, característica determinante, frisa, a par da “vontade de trabalhar mais que todos os outros e aprender”, para ser bem-sucedido.
Além de confessar que nunca pensou que o sobrinho, antigo número um mundial e atual sexto classificado, “fosse capaz de ganhar 20 torneios do Grand Slam”, embora antevisse “um bom jogador e a conquista de um ou dois ‘majors’”, o atual treinador do canadiano Felix Auger-Aliassime sempre defendeu que o “talento poucas vezes é determinante”.
“A vontade de melhorar é o que faz a diferença”, acrescentou, apontando Cristiano Ronaldo e Lionel Messi como exemplos.
As lesões, reconheceu o técnico espanhol, “foram sempre os momentos mais complicados” na carreira do esquerdino de Manacor.
“Quando o Rafa teve uma grande lesão [no pé esquerdo em 2004], foram momentos complicados, porque não sabíamos se poderia continuar ou não. Depois foi uma derrota ou outra em Roland Garros [Robin Soderling em 2009], no Open da Austrália e em Wimbledon. Mas foram, sobretudo, as lesões”, sublinhou.
Já em relação ao português João Sousa, que viveu uma temporada menos feliz e saiu do ‘top-100’ mundial, Toni Nadal admite desconhecer “se voltará ao seu melhor nível, quando tinha 27 ou 26 anos”, mas defende ainda ter condições e tempo, atendendo aos seus 32 anos, para voltar às boas exibições e vitórias.
“Era um jogador de alta intensidade, às vezes os nervos tomavam conta dele e ficava frustrado em momentos chave. Era um tipo capaz de fazer coisas muito boas, mas no ténis o difícil é fazê-las durante muito tempo. Foi um grande jogador e pode voltar a ser evidentemente. Tinha de competir com [Novak] Djokovic, [Andy] Murray, [David] Ferrer e não é fácil ser melhor que estes. No final as diferenças são poucas, mas um pouco aqui e um pouco ali faz uma diferença maior”, lembrou.
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