João Sousa e Nuno Borges são os dois tenistas portugueses com presença assegurada no quadro principal do Open dos Estados Unidos, entre 29 agosto e 11 de setembro, em Nova Iorque, onde Francisco Cabral se junta nos pares.
O vimaranense, número um nacional, garantiu o regresso direto a Flushing Meadows por via do ‘ranking’ ATP, uma vez que ocupa o 59.º lugar mundial, enquanto o jovem maiato, de 25 anos, ultrapassou as três rondas da fase de qualificação para se estrear no quadro principal do quarto e último ‘major’ da temporada.
Bem mais experiente, Sousa, de 33 anos, vai disputar pela 12.ª vez o torneio norte-americano e, apesar de ter sofrido uma lesão recentemente, diz estar a recuperar bem para entrar em ação frente ao norte-americano Mackenzie McDonald (77.º ATP).
“Tive um pequeno contratempo no ombro direito, em Montreal. O objetivo era jogar em Montreal, Cincinnati, Winston-Salem e depois o último torneio da gira norte-americana em Nova Iorque, no entanto não consegui jogar o Masters 1.000 de Cincinnati. Felizmente nesta semana o ombro já esteve bastante melhor, quase a 100%, e a verdade é que a preparação não tem sido a ideal, mas, dentro do possível, tem sido boa”, contou o minhoto, em declarações à Lusa.
Depois de conquistar o seu quarto título ATP em Pune, em fevereiro, e de disputar a final do ATP 250 de Genebra, em maio, João Sousa não conseguiu vencer dois encontros consecutivos, mas garante que isso não afeta a sua confiança.
“Apesar de não ter vencido muitos encontros, sinto-me a jogar bem. O Open dos Estados Unidos é um torneio que gosto muito de jogar e onde já fiz bons resultados, por isso dá sempre motivação para voltar a jogar bem aqui”, explica, referindo-se à terceira ronda em 2013, quando perdeu diante Novak Djokovic, e em 2016, e aos oitavos de final em 2018, ano em que foi travado novamente pelo sérvio.
Nos últimos três anos o vimaranense ficou pela ronda inaugural, em 2019 e 2020 do quadro principal e em 2021 do ‘qualifying’, e nesta edição do torneio do ‘Grand Slam’ espera um “encontro difícil” a abrir contra Mackenzie McDonald, de 27 anos, que lidera o confronto direto esta temporada (2-1).
“Obviamente que nos ‘majors’ não existem encontros fáceis, todos querem jogar bem e jogam ao mais alto nível. Vai ser um encontro difícil contra um jogador da casa, que conheço bem. Só este ano já o defrontei três vezes, mas vou-me preparar da melhor maneira, dar tudo e estar em condições para vencer este primeiro encontro”, rematou Sousa.
Já Nuno Borges assinalará a estreia nos pisos rápidos de Flushing Meadows, depois de ter falhado a estreia, este ano, no Open da Austrália, por ter contraído o novo coronavírus, e ter disputado Roland Garros e Wimbledon pela primeira vez na carreira.
Em Nova Iorque, o maiato, número dois português e 105.º classificado mundial, precisou de superar os norte-americano Alex Rybakov (6-7 (4-7), 7-6 (7-4) e 3-0) e Govind Nanda (6-4 e 6-4) e o italiano Francesco Maestreli (3-6, 7-6 (7-4) e 7-6 (10-8)) na terceira ronda do ‘qualifying’, para marcar encontro na principal grelha com o local Ben Shelton (171.º ATP), um jovem prodígio de 19 anos, que chegou aos oitavos de final em Cincinnati.
“Já me acalmei um bocadinho, mas fiquei em completo delírio. Estou mesmo contente, a minha reação no final do encontro acho que resume muito bem aquilo que senti, foi o culminar de muitos nervos e esforço. Foram muitas horas a pensar naquele encontro, muitas pausas [devido à chuva], o que torna tudo mais emotivo, era a entrada para um quadro principal de um ‘Grand Slam’ e estava muita coisa em jogo. Será um encontro que me vou lembrar sempre e será sempre especial”, confessou à Lusa.
Após a dura batalha frente a o Maestreli, que durou três horas e dois minutos, e implicou “muita luta até ao fim, muito desgaste físico e mental”, Nuno Borges realçou a “oportunidade incrível” de voltar a jogar num país onde foi aluno universitário.
“É um país que me diz muito e jogar aqui, um quadro principal, diante de tantas pessoas, é uma oportunidade incrível. Vou tentar tirar o maior proveito possível, porque não é todos os dias que jogamos em palcos destes e o ambiente aqui é inacreditável”, destacou.
Ainda “sem expectativas” para a prova de singulares, Nuno Borges pretende “descansar os próximos dois dias e tentar desfrutar dentro dos possíveis”, antes de se focar a 100% no desafio com Shelton e na competição de pares, que vai disputar na companhia do amigo Francisco Cabral (48.º ATP pares), com quem conquistou o título do Estoril Open.
“A estratégia é dar tudo por tudo, como de costume. Sentimos que podemos jogar bem e podemos fazer uns encontros interessantes. Vai depender com quem calhamos, mas acho que temos hipóteses mesmo com as melhores duplas do mundo e, se nos mantivermos positivos e fizermos o nosso ténis, podemos fazer alguns estragos”, finalizou Borges (82.º ATP pares).
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