O Ministério do Mar “não recebeu nenhuma proposta” para receber uma nova edição da Ocean Race em Lisboa, adiantou a ministra, Ana Paula Vitorino, hoje no parlamento.
Em audição na Comissão de Economia e do Mar, a governante reagiu a notícias, inicialmente avançadas pelo Público, de que a Câmara de Lisboa (CML) e o Governo português teriam declinado uma proposta para que a próxima edição da Ocean Race terminasse em Lisboa, mas que se encontravam dispostos a negociar com os promotores da prova uma solução que permita que Lisboa continue a ser uma das escalas da mais antiga e conhecida regata em torno do mundo, que se realiza de três em três anos.
Em resposta a um requerimento do PSD sobre esta matéria, a ministra esclareceu que nos três anos em que a cidade recebeu a Volvo Ocean Race (a marca automóvel deixou de participar) a Administração do Porto de Lisboa (APL) gastou 12,7 milhões de euros “não tendo recebido pagamento de qualquer taxa ou algo equivalente”.
“Não temos qualquer indicação da CML de que haja negociações. Ainda hoje de manhã verificamos e não chegou nada ao gabinete”, garantiu.
Quanto à manutenção do ‘boat yard’ da corrida, a ministra recordou que a zona da doca de Pedrouços, onde está instalado, tem previsto acolher obras da responsabilidade da Fundação Champalimaud.
Ana Paula Vitorino revelou ainda que os contentores que estavam no local foram “relocalizados”, mas que se mantêm na esfera do Porto de Lisboa.
A ministra mostra abertura para receber um novo evento, caso seja apresentada uma iniciativa.
“Se houver proposta [o financiamento] será assumido pela APL, CML e Turismo de Lisboa, que também estará disponível”, garantiu Ana Paula Vitorino.
A ministra respondeu ainda a questões sobre um requerimento do PCP acerca da operacionalidade e capacitação dos navios de investigação, em particular o Mar Português e Noruega.
Ana Paula Vitorino recordou que a situação de pessoal do IPMA - Instituto Português do Mar e da Atmosfera não é a mais favorável.
“Tem cinco trabalhadores [nesta área] e não foi possível recorrer à mobilidade porque não houve candidatos na Administração Pública adequados”, referiu.
O IPMA tentou contratar externamente tripulação marítima para os navios de investigação, mas o Tribunal de Contas não permitiu.
Ainda assim, Ana Paula Vitorino garantiu que os navios cumpriram todas as missões que estavam previstas, recordando que, no âmbito do programa Mar2020, estão aprovados 28 projetos do IPMA, num total de 36,5 milhões de euros destinados à investigação científica na área do Mar.
Em relação à manutenção da capacidade operacional das embarcações, o financiamento do Mar2020 já alocou 16,1 milhões de euros com destino ao IPMA, distribuídos por dois projetos.
Comentários