O terceiro lugar da equipa portuguesa ROFF/Cascais Sailing na Taça América Júnior, que decorreu em São Francisco, Estados Unidos, é sinal da “vitalidade” da vela nacional e pode catapultar os participantes para novos desafios na modalidade.

«A nova filosofia é mostrar ao mundo que há velejadores jovens com valor para o programa sénior. Foi uma oportunidade única para estes atletas. Os portugueses deram nas vistas, não duvido que projetos internacionais lhes caiam nas mãos em breve, o que era ótimo», disse à Lusa Álvaro Marinho.

O treinador da equipa lusa – composta pelos irmãos António e João de Mello, Bernardo Freitas, Ricardo Schedel, Manuel Arriaga e Cunha, João Matos Rosa e Paulo Manso – acredita que o feito vai «beneficiar toda a vela portuguesa» e não apenas os tripulantes, aos quais adivinha futuro risinho.

«Ficou provado que Portugal tem muitos bons velejadores e que por vezes não são apoiados consoante o seu valor. Respeitamos a crise financeira, não só em Portugal, mas em toda Europa. Ainda assim, os patrocinadores apostaram na equipa, investiram muito dinheiro, mas o retorno foi mais do que compensado, a todos os níveis», regozijou-se.

O treinador e velejador olímpico lembra que os membros da tripulação portuguesa «vão ficar para a história, até porque ficaram em terceiro entre as 10 melhores tripulações do Mundo».

Cinco das equipas participantes são satélites das que competem a Taça América, mas Portugal esteve entre as restantes cinco que se apuraram em fevereiro para esta fase decisiva, destinada a praticantes até aos 24 anos.

«Destaco o facto de todos terem adaptado a sua vida para se dedicarem a este projeto. Fizeram um esforço muito grande. São muito jovens, mas mostraram maturidade muito grande, organização muito boa para, juntos, estes amigos de infância, alcançarem este resultado», elogiou.

Perspetivando o futuro, Álvaro Marinho entende que o olímpico Bernardo Freitas pode dar uma medalha a Portugal em 49er no Rio2016, e confia igualmente que Ricardo Schedel surpreenda em 470 com o parceiro António Matos Rosa.

A próxima Taça América júnior deve, à semelhança da prova sénior, disputar-se apenas daqui a quatro anos, pelo que nenhum dos tripulantes portugueses participará no evento de lançamento para a mais importante prova de vela internacional.