A velejadora Vasileia Karachaliou foi nona em Tóquio2020 na classe ILCA6, mas os problemas que enfrenta na Grécia fazem-na sonhar com as cores de Portugal quando for lutar pela medalha de ouro em Paris2024.

“Fui nona, mas na primeira parte da regata estive no ‘top3’. Aconteceram alguns problemas com o meu comité olímpico e com o meu treinador. O meu foco perdeu-se com questões que não deveriam ter acontecido. Estive, depois, abaixo do meu nível nesta estreia olímpica. Poderia ter sido facilmente ‘top 5’, no mínimo. O meu objetivo para Paris é a medalha de ouro”, assumiu.

Em declarações à Lusa, Vasileia Karachaliou recorda que “nunca” foi apoiada pela federação da Grécia que, inclusivamente, a continuou a “prejudicar” após os Jogos Olímpicos, situação “insustentável” que a obrigou a pensar em alternativas para continuar a sua paixão pela vela.

“Queria ir para um país em que não fosse uma ameaça para qualquer velejador de topo. Não quero causar problemas. Grécia, Itália, Espanha e Portugal são países com gente calorosa, com a mesma cultura. São países bonitos. Foram as soluções que pensei que funcionariam para mim, a forma mais rápida para ir a Paris2024”, declarou.

O facto de conhecer os velejadores olímpicos Diogo Costa e Carolina João e o treinador Aaron Sarmiento foi fundamental na aproximação a Portugal: pediu-lhes ajuda no contacto com a federação portuguesa, na qual a agora diretora Sara Carmo (competiu em Londres2012 e Rio2016) tem sido a sua interlocutora nos sete meses desde que se iniciou o processo.

Vasileia Karachaliou já competiu por Portugal nos Mundiais e Europeus, com autorização da World Sailing, contudo para atingir Paris precisa de ter passaporte luso – tem sido informada de que o processo entre federação e Comité Olímpico de Portugal está nos derradeiros detalhes – com o qual pretende qualificar-se para Paris2024 já em agosto de 2023, nos mundiais nos Países Baixos.

“Sou humilde, determinada e trabalhadora. E tenho bom sentido de humor”, resume a competidora que deseja ser “um motivo de orgulho para os portugueses”.

“Gosto da ideia de representar Portugal. Estou entusiasmada. No outro dia fui ao Youtube ouvir o hino nacional e tentar perceber o significado da letra”, confessou a velejadora, que destaca o “calor e capacidade de receber” dos portugueses.

Para já diz “bom dia”, “tudo bem?” e “muito prazer”, no entanto promete ter em breve bem mais vocabulário “para poder conhecer melhor o país”.

Agora é tempo de “descansar o corpo e a mente após um ano bastante desafiante”, considerando que só assim os portugueses poderão vir a admirar todo o seu “potencial”.

Recorda que a vela é um desporto “muito complicado, com vários fatores determinantes” como o vento, as ondas, o seu barco e o dos outros, bem como “tudo o que acontece em terra”.

“É bem fácil perder o foco e difícil ter as pessoas certas à tua volta. Estarem do teu lado, ajudar-te e apoiar-te para seres bem-sucedido, para se retirar o melhor de ti”, comentou.

No início do ano, vai passar seis semanas em Vilamoura a preparar a próxima época e pretende igualmente estar mais tempo em Cascais, pois passou a ser atleta do clube naval.

“Sou grega, mas estou super-contente por competir por Portugal, é um novo desafio. Uma fantástica oportunidade e um grande passo na minha vida”, concluiu.

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