Giovane Gávio, bicampeão olímpico de voleibol pela seleção do Brasil, esteve este sábado na Nave Ilídio Ramos, em Matosinhos, para dar uma palestra aos atletas e treinadores que defendem as cores do Leixões nesta modalidade.
Convidado a participar no evento por um "fundo de investimento" que, garante, está "a começar um relacionamento com o clube", Giovane procurou passar aos mais novos a mensagem de que "mais importante do que o talento, é o trabalho, o treino diário".
Aliás, o atleta garantiu que foi esta estratégia que lhe permitiu construir um palmarés recheado de títulos: além de ter vencido por duas vezes os Jogos Olímpicos (1992 e 2004), foi campeão mundial em 2002 e venceu por quatro vezes a Liga Mundial (1993, 2001, 2003 e 2004).
Desde que, aos 18 anos, chegou à seleção, fez 414 jogos com a camisola do Brasil e foi distinguido como melhor voleibolista do mundo em 1993. Acabou a carreira de jogador em 2006, para passar a ser treinador, mas, apesar de ter conquistado vários títulos nas novas funções (campeonato sul-americano, superliga, campeonato paulista e copa São Paulo), viu-se forçado a desistir, por acusar demasiado o "stress" inerente ao cargo.
"Ser jogador e ser treinador são coisas muito diferentes e a questão da tensão nervosa fez-me ficar doente. Tive pressão alta, labirintite, gastrite, uma série de doenças relacionadas com o `stress´", justificou.
Desde então, dedica-se a dar palestras motivacionais e a partilhar alguns dos momentos que viveu enquanto jogador, mas não só: já este ano, concorreu para ser deputado federal no Estado de Minas Gerais, pelo Partido da Social Democrata Brasileira (PSDB), de Aécio Neves, mas alcançou apenas 40 mil votos quando precisava de 80 mil para ser eleito.
"O desporto precisa de ser encarado no Brasil como algo mais do que um entretenimento, como um ensinamento, como uma oportunidade de ensinar valores, de formar cidadãos melhores, mais disciplinados, que saibam respeitar regras. Com uma boa política desportiva, economiza-se em segurança e saúde", sublinhou.
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