O selecionador nacional de voleibol, Hugo Silva, considerou difícil “fazer seja o que for”, devido à pandemia de COVID-19, e defende o anulamento dos campeonatos e o adiamento para janeiro da qualificação para o Europeu2021.
“Relativamente à programação da seleção, e como é óbvio, a primeira parte [Liga de Ouro Europeia] está perdida e, no que toca à segunda [qualificação para o Europeu2021], estamos a aguardar indicações da CEV”, disse Hugo Silva aos canais de comunicação da Federação Portuguesa de Voleibol.
No que respeita à Liga de Ouro Europeia e à Taça Challenger, que Portugal iria receber de 24 a 28 de junho, em Gondomar, o selecionador defende “infelizmente” o anulamento de ambas as provas, para que o seu reagendamento não afete “o início tranquilo e normal da próxima época”.
“A medida única é parar. E alterar, no caso da seleção, a qualificação para o próximo ano [janeiro], como já se fez no passado. Relativamente às provas internas, na minha opinião, devíamos anular os campeonatos e não haver campeões, nem descidas e subidas”, defende Hugo Silva.
No limite, e em relação às equipas que investiram para subir de divisão, Hugo Silva considera que, atendendo a este ser um ano excecional, que não devia descer nenhum clube e subiam as duas melhores classificadas da II Divisão até ao momento.
“Isto implicaria disputar uma época com 16 equipas, ajustando depois no ano seguinte, ou seja, fazendo descer quatro equipas. Esta é na minha opinião a forma mais justa, em função desta anormalidade, quer interna quer ao nível das seleções”, adiantou o selecionador.
Hugo Silva destacou a decisão corajosa da Federação Portuguesa de Voleibol de suspender os campeonatos até agosto, “tendo sido a primeira, e até agora única” a fazê-lo, dando um sinal bem claro que a vida humana está acima de qualquer competição.
“Numa modalidade de equipa, por muito que se trabalhe em casa, nunca o regresso vai ser igual. Apenas é possível atenuar e disfarçar o mau momento com que todos vão chegar”, referiu Hugo Silva, questionado pelos reflexos negativos que o confinamento poderá causar aos atletas.
No voleibol, explica o selecionador nacional masculino, “mais do que em qualquer outra modalidade, o atleta iria precisar de mais uma boa pré-época para tudo voltar ao normal”.
“Por isso, e nestas condições, é melhor trabalhar a parte física, nomeadamente a força e o reforço muscular, e ir fazendo o possível na parte cardio. Mas uma certeza eu tenho: o que nunca o devem fazer é estarem sentados o dia todo e não se mexerem”, sustenta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 73 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.
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