A direção da Associação de Jovens da Fonte do Bastardo (AJFB) acusou esta terça-feira a Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) de discriminação na escolha da data do primeiro jogo da final do campeonato nacional, frente ao Benfica.
"Esta já não é a primeira vez que a AJFB se sente discriminada pela Federação Portuguesa de Voleibol. Não é nossa postura optar pelo caminho da vitimização, mas está a chegar a altura de dizer basta a tantos atropelos", salientou a presidente do clube açoriano, Nélia Nunes, numa conferência de imprensa na freguesia da Fonte do Bastardo, na Praia da Vitória.
A equipa da ilha Terceira queria que a final (à melhor de cinco) começasse a disputar-se logo depois das meias-finais, a 27 de fevereiro, mas o Benfica, que tem um jogo na Grécia para a Taça Challenge, a 02 de março, preferia que o primeiro jogo da final fosse a 25 de março.
Perante a falta de consenso, a Federação Portuguesa de Voleibol marcou o primeiro jogo para 5 de março, alterando posteriormente para 25 de março, face à contestação dos dois clubes.
Segundo a dirigente da equipa da Fonte do Bastardo, ficou acordado a 25 de julho de 2015 que a data oficial do primeiro jogo da final seria 25 de março de 2016, mas que, se meias-finais terminassem antes, a final começaria a ser disputada "de imediato".
Nélia Nunes acrescentou que essa decisão foi confirmada, num contacto telefónico, com o secretário-geral da Federação Portuguesa de Voleibol, a 12 de fevereiro.
Para a presidente da direção da AJFB, a decisão da Federação Portuguesa de Voleibol é "tendenciosa" e "sem critério", prejudicando o clube açoriano, à semelhança do que aconteceu no ano passado, quando a equipa foi obrigada a uma paragem de quatro semanas.
"A nossa equipa fica um mês parada, ou seja, nós não temos competição e não temos também hipótese de fazer jogos ou treinos com outras equipas que estão connosco no mesmo campeonato, ao mesmo nível, porque estamos numa ilha em que não temos opositores à altura", frisou.
Nélia Nunes garantiu que a AJFB vai comparecer ao jogo, mas deu a entender que poderá manifestar o seu desagrado, sem explicar, no entanto, de que forma.
"Que fique bem claro que o clube não desiste, apesar de parecer ser essa a vontade de muitas pessoas. Temos de representar dignamente o nosso clube e os Açores, mas vamos fazê-lo nos nossos próprios termos", salientou.
Também o treinador, Alexandre Afonso, disse que equipa "quer muito jogar esta final", mas reconheceu que os atletas estão "indignados", porque esta decisão vai "quebrar o ritmo do jogo".
"Sentimo-nos injustiçados. Sentíamos que estávamos num bom momento e não nos querem deixar jogar", salientou, acrescentando que em nenhum outro campeonato do mundo existem estas paragens.
O primeiro jogo da final disputa-se a 25 de março, na Praia da Vitória, enquanto o segundo e o terceiro decorrem a 9 e 10 de abril, no pavilhão da Luz, em Lisboa. A ser necessário, o quarto jogo disputa-se a 16 de abril, de novo nos Açores, e o quinto a 23 de abril, outra vez na capital.
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