O capitão da seleção portuguesa de voleibol, Alexandre Ferreira, disse hoje que está “motivado" para a “nova aventura no outro lado do mundo” nos sul-coreanos do Woori Card, após deixar o Warta Zawiercie, mas sair da Polónia “está difícil”.

Alexandre Ferreira, de 28 anos, tenciona iniciar o regresso ao Porto na sexta-feira ou no sábado, agora que “algumas das restrições à circulação impostas pela covid-19 foram levantadas”, nomeadamente nas fronteiras, mas “arranjar um voo não está fácil”.

O novo reforço dos sul-coreanos do Woori Card Wibee, que encerrou uma ligação de duas épocas com o Warta Zawiercie, pretende deixar a Polónia via Alemanha, onde tenciona apanhar um voo direto de Frankfurt para o Porto, “se não são imensas escalas”.

“Já podia ter deixado a Polónia, antes de se agravar a situação provocada pela pandemia de covid-19, mas não o fiz porque ainda estava a negociar a minha renovação, o que acabou por não acontecer”, referiu Alexandre Ferreira, que era o capitão do Zawiercie.

Alexandre Ferreira admitiu que “a situação sanitária está a provocar efeitos negativos e incertezas nos clubes, nomeadamente ao nível dos orçamentos e patrocinadores”, e levou o mercado de transferências a “abrandar o ritmo das contratações”.

O jogador português disse que “já está tudo tratado com o Warta Zawiercie”, mas ainda não assinou qualquer documento com o clube sul-coreano, que o contratou através de um processo de ‘draft’, estilo NBA, que Alex acompanhou pela Internet.

Esta é a segunda experiência de Alexandre Ferreira na Coreia do Sul, depois do KB Stars (2017/2018), clube que o “ajudou a crescer e evoluir como jogador”, mas a ligação terminou com a sua dispensa ao fim de oito meses devido a uma lesão (microrrotura abdominal).

“É sempre difícil [regressar]. É outra equipa, mas decidi que agora era a altura de voltar, enquanto o meu corpo ainda aguenta. É um registo muito puxado, mas compensa, e nesta altura era o melhor para mim”, disse o zona 4 (atacante).

O facto de cada equipa sul-coreana poder inscrever apenas um jogador estrangeiro, que é selecionado de forma cirúrgica através de um processo de ‘draft’, faz com que a responsabilidade de Alexandre Ferreira ganhe um peso extra.

“Quando regressei da Coreia, fiquei surpreendido com a minha evolução como jogador. Cresci tecnicamente e acabou por ser bom para mim. Por ser o único estrangeiro, tenho que atacar ‘mil bolas’ por jogo e isso faz crescer”, explicou Alex Ferreira, que foi um dos sete escolhidos, entre 40, para a liga sul-coreana.

O zona 4 português irá reencontrar na Coreia do Sul os opostos polacos seus conhecidos Bartosz Krzysiek (Samsung Bluefangs) e Michal Filip (OK Rush & Cash), que foram seus adversários, e o também oposto espanhol Andres Villena (Korean Air), com quem tem “algum contacto”.

“Estou entusiasmado [por ir para a Coreia do Sul] e tive muito tempo para ponderar se era mesmo o que eu queria. Tinha um limite para me inscrever no ‘draft’ e já tinha dito ao meu empresário que até aquela data iria decidir”, explicou.

Alexandre Ferreira ainda não tem nenhuma data exata para se apresentar no Woori Card Wibee, clube que na altura do cancelamento devido à covid-19 liderava a liga sul-coreana de voleibol, “mas, à partida, deve ser para começar em agosto”.

Ao longo da sua carreira, maioritariamente como emigrante, fazem ainda parte passagens pelo Sporting de Espinho (2011/12), Materdomini Castellana, Itália (2012/13), Trentino, Itália (2013/14), Ziraat Bankasi, Turquia (2014/2016) e Verona, Itália (2016/17).