O piloto italiano Francesco Bagnaia (Ducati) pode sagrar-se campeão mundial de MotoGP pelo segundo ano consecutivo se ganhar 23 pontos ao rival na luta pelo título, o espanhol Jorge Martin (Ducati).

Com duas provas em disputa e 74 pontos em jogo, Bagnaia, de 26 anos, chega a esta 19.ª e penúltima prova do ano com 14 de vantagem sobre o piloto madrileno.

Caso saia do circuito de Losail, no Qatar, com pelo menos 37 pontos de vantagem será campeão antes do GP da Comunidade Valenciana, uma semana depois.

Para isso, o piloto transalpino da Ducati tem várias combinações de resultados à disposição, mas estará sempre dependente daquilo que Jorge Martin fizer.

Bagnaia, que à 10.ª prova, na Áustria, tinha 62 pontos de vantagem e parecia ter o bicampeonato bem encaminhado, chega ao Qatar com 412 pontos, contra os 398 de Martin, ou seja, 14 de diferença.

Quatro provas depois da prova austríaca, no Japão, a distância tinha encolhido para os três pontos de diferença entre os dois antigos companheiros de equipa na Mahindra (em 2015 e 2016), na categoria de Moto3.

O ponto de viragem na recuperação foi na Indonésia (prova seguinte ao GP do Japão), em que Francesco Bagnaia venceu a corrida principal num dia em que Jorge Martin caiu quando liderava.

Na ronda seguinte, na Austrália, Martin liderou toda a prova até ficar sem pneus na última volta, descendo de primeiro a quinto classificado, com o italiano a recuperar até segundo.

Com cinco quedas registadas este ano, contra as três de Martin, a principal diferença para o piloto italiano tem estado nas vitórias.

Aos 26 anos, Bagnaia tem seis (Portugal, Espanha, Itália, Países Baixos, Áustria e Indonésia) contra as quatro do espanhol (Alemanha, San Marino, Japão e Tailândia).

Já nas corridas sprint, principal novidade introduzida este ano e que atribui 12 pontos ao vencedor, o italiano tem quatro triunfos contra os sete de Jorge Martin.

Caso o piloto espanhol da equipa privada Pramac não pontue (se não terminar ou se terminar abaixo do 15.º lugar), Bagnaia precisa pelo menos de vencer a corrida principal (25 pontos) para revalidar o título conquistado em 2022. Ou, entre as duas, somar os tais 23 pontos a mais que Martin, aumentando para de 37 a diferença para o rival.

Por outro lado, se vencer as duas corridas (sprint e prova principal), algo que já fez por três vezes este ano (Portugal, Itália e Áustria), somando a pontuação máxima (37 pontos), o piloto da equipa oficial da Ducati precisa que o piloto espanhol, de 25 anos, faça menos de 14 pontos. Isto quer dizer que se o madrileno terminar pelo menos em terceiro na corrida principal (que vale 16 pontos), deixa o título adiado para a última ronda, em Valência.

Se terminar em quarto na corrida principal (13 pontos), Jorge Martin precisa de terminar, pelo menos, em nono na sprint (vale um ponto) para adiar a festa transalpina.