O finlandês Niclas Grönholm aproveitou a intensa e dura luta pela classificação geral do Mundial de ralicrosse, que continua em aberto entre Timmy Hansen e Johan Kristoffersson, para surpreender e vencer a corrida decisiva em Montalegre.
Na final da etapa portuguesa, as atenções na categoria ‘World RX’ estavam voltadas para a intensa batalha sueca entre o líder do Mundial, Timmy Hansen (Peugeot 208), e o segundo classificado, Johan Kristoffersson (Audi S1), mas foi Niclas Grönholm (Hyundai i20) quem mais saiu beneficiado.
Grönholm foi logo no arranque à ‘joker lap’, que todos os pilotos têm de fazer uma vez por corrida, e, ao impor um ritmo forte, intrometeu-se na luta pela vitória no circuito transmontano que recebeu no derradeiro dia milhares de espetadores, num total de sete mil que estiveram presentes no Circuito Internacional de Montalegre.
Antes, o três vezes campeão mundial e detentor do troféu Kristoffersson lançou um ataque forte à liderança da corrida de Timmy Hansen e na penúltima volta os dois tocaram-se na secção de terra batida, com o líder do Mundial a manter posição.
Kristoffersson teve ainda de defender a posição de Kevin Hansen (Peugeot 208) e ao subir um corretor e cortar a trajetória acabaria penalizado com cinco segundos e relegado para último lugar da final.
O toque entre estes dois pilotos esteve também em investigação, mas não houve penalização para o mais novo dos Hansen.
Mas a batalha intensa da penúltima volta fez com que o ritmo de Niclas Grönholm permitisse ficar na frente dos até então três primeiros, quando estes foram à ‘joker lap’.
Na frente da corrida o finlandês teve apenas de segurar Timmy Hansen até à bandeirada de xadrez e festejar pela primeira vez o triunfo em Montalegre.
A surpresa na final foi ‘beliscar’ o fim de semana até então irrepreensível do líder do Mundial, campeão em 2019.
Timmy Hansen foi o mais veloz nas três primeiras qualificações e na Q4 ainda tentou, sem sucesso, dar uma ajuda ao irmão e colega de equipa Kevin Hansen, na primeira demonstração de Kristoffersson que iria tentar impor-se de qualquer forma na pista.
Na meia-final Timmy Hansen foi o mais rápido, mas também Kristoffersson somou os seis pontos ao vencer a sua série, mas só após uma musculada ultrapassagem a Niclas Grönholm na derradeira volta.
Após todos os pontos somados Timmy Hansen reforçou a liderança na geral, ao somar o maior número de pontos no fim de semana (27) e a ter agora 178 pontos, mais 17 que Johan Kristoffersson (Audi S1) que fez apenas 22 pontos.
O vencedor da final foi o segundo a pontuar mais em Montalegre, com 26 pontos, mas continua no quarto lugar da geral, com 149, atrás de Kevin Hansen, que arrecadou mais 23 pontos e tem agora 159 ocupando o terceiro lugar.
Com 60 pontos em discussão na jornada dupla que vai encerrar o Mundial, em Nürburgring, na Alemanha (27 e 28 de novembro), cinco pilotos ainda podem matematicamente chegar ao título: Timmy Hansen, Johan Kristoffersson, Kevin Hansen, Niclas Grönholm e Krisztián Szabó.
Na categoria Euro RX3, anteriormente conhecida como Super1600, o suíço Yury Belevskiy (Audi A1), fez um fim de semana irrepreensível e sagrou-se campeão.
Na última etapa desta competição Belevskiy dominou as qualificações, meias-finais e final.
Mas a tarde teve também emoção para os espetadores portugueses nesta competição. Na primeira meia-final o português Nuno Araújo garantiu um lugar na corrida decisiva, ao contrário de João Ribeiro, que na segunda série teve problemas mecânicos e não completou a primeira volta.
Na final da Euro RX3 Nuno Araújo começou a corrida com um toque no russo Timur Shigabutdinov e apesar da tentativa de recuperar posições fechou no quinto lugar a participação no europeu.
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