A escuderia Ferrari apresentou hoje o novo monolugar, o SF-23, com que vai tentar conquistar o título do Mundial de Fórmula 1, que lhe escapa há 16 anos.
Numa cerimónia que teve lugar na pista privada do construtor italiano, em Maranello, Itália, os dois pilotos titulares, o monegasco Charles Leclerc e o espanhol Carlos Sainz, mostraram carros que seguem o conceito adotado em 2022 e que deu bons resultados na primeira metade da temporada, em que predomina o vermelho, com apontamentos a negro.
Com a evolução dos motores ‘congelada’ pelos regulamentos, as equipas têm apenas permissão para resolver problemas de fiabilidade, uma das causas do atraso para a Ferrari no ano passado.
“Não é segredo para ninguém que, no ano passado, a fiabilidade do motor não foi a melhor, mas trabalhámos bem este inverno para melhorar esse aspeto”, disse o novo diretor da equipa, o francês Frédéric Vasseur.
Responsável pelo desenvolvimento da carreira de Leclerc nas Fórmulas 3 e 2, Vasseur garantiu que, em pista, não haverá ninguém privilegiado.
“Não me importa quem ganhe, o que me importa é ter a Ferrari a vencer. Apoiaremos os dois [pilotos] por igual, mas a equipa está primeiro”, disse Vasseur, que substituiu o italiano Mattia Binotto no início deste ano.
Carlos Sainz sublinha que, “normalmente”, os dois pilotos estão “muito próximos” nos tempos, mas garante que tentará ser ele “o mais rápido” este ano.
“Sempre que estamos em pista, competimos, é o positivo de ter uma boa relação dentro e fora de pista, sempre com respeito”, frisou o piloto madrileno.
Já Charles Leclerc acredita que essa competição é saudável pois torna “os dois melhores”.
“Mal posso esperar para começar o Mundial. Em 2022 demos um passo em frente comparando com 2021 e 2020, pelo que estou desejoso de começar este ano. O objetivo é ganhar”, frisou o vice-campeão mundial, que apenas foi batido pelo neerlandês Max Verstappen (Red Bull) em 2022.
No ano passado, a Ferrari arrancou a temporada com duas vitórias e um segundo lugar nas três primeiras corridas, mas seguiram-se problemas de fiabilidade que provocaram desistências comprometedoras quando lideravam, como aconteceu com Sainz na Áustria e Leclerc no Azerbaijão.
O trabalho de inverno na fábrica centrou-se em resolver esse problema de fiabilidade de forma a tirar partido de mais potência (cerca de 15 cavalos), num dos carros mais rápidos em qualificação (12 ‘poles’ conquistadas, nove delas com Leclerc), mas que tinha dificuldades em aguentar uma corrida.
Em termos aerodinâmicos, mantém as características de 2022, com um topo de motor mais fino e alto e linhas mais limpas nas laterais.
A suspensão foi redesenhada e a caixa de velocidade é mais compacta, anunciou o construtor italiano.
O Mundial de Fórmula 1 arranca em 05 de março, no Bahrain, e termina em 26 de novembro, em Abu Dhabi, após 23 provas.
A Ferrari não vence o Campeonato do Mundo desde 2007, então com o finlandês Kimi Raikkonen.
É o único construtor presente no campeonato desde o início, em 1950, somando 16 títulos e 243 vitórias em corridas.
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