O piloto Mário Patrão colocou hoje a sustentabilidade em cima de resultados na apresentação da mota 100% elétrica com a qual passará a competir, numa adaptação que irá requerer tempo e uma mudança de ‘chip’.

Na apresentação, que decorreu na Caixa Central do Crédito Agrícola Mútuo, em Lisboa, o atual campeão europeu de bajas e campeão nacional de rally raid realçou que vai sentir diferenças de competitividade entre a mota elétrica e as motas de combustão, mas sublinhou ser o futuro da competição, num projeto “pioneiro e muito arrojado”.

“Não estava à espera de que a mudança fosse tão rápida, mas o mundo assim o exige. O objetivo passa por fazer oito a 10 provas com esta mota. É um ano ‘zero’, onde tudo é novidade. O futuro passa por aqui”, afirmou o ‘motard’, natural de Seia, na Guarda.

A estreia da mota 100% elétrica vai acontecer este fim de semana, entre sexta-feira e domingo, na Baja TT Oeste de Portugal, competição pontuável para a Taça do Mundo de bajas, Campeonato da Europa de bajas e Campeonato Nacional de todo-o-terreno.

“Temos de mudar um pouco o ‘chip’ e perceber que as coisas serão diferentes, até na maneira de conduzir. Esta mota ensina a conduzir, consigo aperfeiçoar mais a minha técnica. Estou muito contente com o prpjeto. Aideia é evoluir bastante a mota até ao final do ano e, no próximo ano, ir ajustando as corridas para as motas elétricas”, disse.

Mário Patrão explicou que tem havido uma aceitação por parte da federação para que as motas elétricas passem a ser uma realidade em competição, em que a luta por lugares cimeiros fica para segundo plano, atrás da sustentabilidade ambiental que pretendem.

“Certamente vão comparar com os meus resultados do ano passado e a velocidade é muito menor. A mota é totalmente elétrica, temos feito um bom trabalho ao nível da sustentabilidade, agora os resultados vamos olhar de outra forma. A mudança é boa e vai dar-nos muitas alegrias”, sublinhou o piloto, com 24 anos de competição em motas.

Na competição, que terá um percurso de 80 quilómetros, Mário Patrão terá de parar a meio – ao quilómetro 42 -, para trocar a bateria da sua mota, explicando que lhe foram dados cinco minutos pela organização para o efeito, em provas no qual será necessário fazer uma gestão das baterias “para não ficar a meio”, o que obrigará a atenções extra.

“Como é comparada a uma mota 125cc, a velocidade de ponta não é muito elevada, mas a saída é bastante rápida na potência máxima. O problema disso é não conseguir chegar onde queremos com ela, porque tem de haver sempre essa gestão”, expressou.

Apesar de ser um projeto “totalmente novo e arriscado”, Mário Patrão sublinhou que “alguém tem de o fazer e o caminho faz-se caminhando”, entendendo que é possível iniciar uma competição só com motas elétricas em breve, organizado pela federação.

“Precisamos de duas ou três motas para começar a fazer um campeonato elétrico. Nós estamos a dar um primeiro passo e acredito que mais pessoas nos seguirão”, concluiu.

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