O piloto português Miguel Oliveira (KTM) explicou que sempre que as corridas são em piso molhado é “super-rápido”, após a vitória de hoje no Grande Prémio da Tailândia de MotoGP.

Em declarações na zona de entrevistas rápidas, o piloto natural de Almada reconheceu que foi “uma longa corrida”.

“Foi uma longa corrida, mas não me posso queixar. Sempre que corremos em molhado, sou super-rápido. Quando começou a chover, lembrei-me da Indonésia”, acrescentou, em referência à segunda corrida da temporada, também disputada com piso molhado e em que conseguiu a primeira vitória do ano.

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Hoje, Oliveira explicou que tentou “manter os pés no chão, fazer um bom arranque, não cometer erros e levar a mota até ao fim”.

“Não é nas condições em que mais gostamos de vencer, mas aceito a vitória em quaisquer condições”, concluiu.

O assunto voltou à baila enquanto os pilotos eram transportados para a cerimónia do pódio e, aí, o australiano Jack Miller (Ducati), que hoje foi segundo, foi perentório: “quem quer saber disso? O cheque de bónus é sempre o mesmo”, brincou com o português, de quem disse ter feito “uma boa corrida”, “sem cometer erros”.

Já em declarações à SportTV, o piloto luso disse estar “contente pela prestação” de hoje.

“Quando temos estas condições, tento dar o meu melhor e sacar o máximo partido da mota e das minhas capacidades. Foi uma boa corrida”, frisou.

Miguel Oliveira justificou ainda porque tem bons resultados quando a corrida é feita em pista molhada.

“Acho que sou bom em entender as condições de aderência da pista bastante depressa. As sensações são mais cruas. Há que ser muito suave em abordar travagens e acelerações e velocidade em curva. Sou bastante suave e, quando chove, consigo tornar essas minhas capacidades mais evidentes”, declarou.

Sobre a prova em si, adiantou que ainda sofreu “um toque muito grande pelas costas”, pelo que não recuperou muitas posições.

“As travagens para a [curva] 3 e para a 4 eram particularmente difíceis, com muito ‘spray’. Na reta posterior, tínhamos ‘aquaplaning’ e tínhamos de fazer muita gestão com o acelerador em reta”, disse.

Quando encostou no australiano Jack Miller (Ducati), que liderava, optou por uma toada mais conservadora.

“Tentei ir apalpando terreno pouco a pouco, para não desgastar os pneus. Consegui analisar o Miller, que era o mais rápido, e perceber como ganhar tempo. Esperei para nos distanciarmos do ‘Pecco’ [Bagnaia] e, quando vi que tinha hipóteses, ultrapassei-o”, explicou.

Com a vitória de hoje, Miguel Oliveira subiu de 11.º a oitavo no campeonato, que continua a ser liderado pelo francês Fabio Quartararo (Yamaha), mas agora com apenas dois pontos de vantagem sobre o italiano Francesco Bagnaia (Ducati), que foi terceiro.