O piloto português Miguel Oliveira (KTM) fechou a sua participação no Mundial de MotoGP deste ano com um quinto lugar no Grande Prémio da Comunidade Valenciana, que consagrou o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) como novo campeão mundial.
Oliveira, que saiu da 14.ª posição da grelha, recuperou nove posições e cortou a meta a 7,122 segundos do vencedor, o espanhol Alex Rins (Suzuki). O sul-africano Brad Binder (KTM) foi o segundo classificado, a 0,396 segundos do piloto da Suzuki, com o espanhol Jorge Martin (Ducati), autor da 'pole', em terceiro, a 1,059 segundos.
Bagnaia, que precisava de dois pontos (14.º lugar) para conquistar o título caso o francês Fábio Quartararo (Yamaha) vencesse, começou ao ataque e chegou mesmo a tocar na mota do piloto gaulês nas voltas iniciais, quando ambos lutavam ombro a ombro pelo quinto lugar, acabando por perder a asa dianteira direita da sua mota.
Na frente estava já Alex Rins, que fez um arranque 'canhão' e assumiu a liderança desde a primeira curva, para não mais perder o comando.
Quartararo sabia que tinha de chegar à frente da corrida para ainda ter hipóteses de segurar o título mundial conquistado em 2021, mas cedo se percebeu que a Yamaha era curta para as necessidades, não se equiparando com as Ducati em potência e velocidade. Restava esperar por erros dos adversários.
O australiano Jack Miller (Ducati), que chegou a estar nos lugares de pódio, ainda provocou um susto ao cair, deixando a dúvida, por momentos, se teria sido Bagnaia a sofrer o golpe.
O piloto italiano começou a sofrer com a turbulência provocada na frente da mota devido à perda da asa e passou a jogar à defesa. Com isso, foi caindo lugares na classificação e acabou ultrapassado também por Miguel Oliveira, que vinha em franca recuperação.
O luso já tinha dado mostras, no sábado, de ter um bom ritmo de corrida e, não fosse o facto de ter partido tão atrasado, poderia ter lutado pelos lugares do pódio, tal como o seu companheiro de equipa, Brad Binder.
Com o passar das voltas, Quartararo não conseguiu colar-se ao grupo da frente, que discutiu a vitória, entregando, assim, um título que a meio da temporada (chegou a ter 93 pontos de vantagem) lhe parecia destinado.
O quarto lugar final, a 1,911 segundos do vencedor, foi insuficiente para impedir os festejos de ‘Pecco’ Bagnaia, que fechou a prova na nona posição, a 14,441 segundos do vencedor.
Bagnaia recuperou, assim, um título que escapava à Ducati desde 2007 (com o australiano Casei Stoner), sucedendo a Valentino Rossi (2009) como transalpino campeão, 50 anos depois de Giacomo Agostini ter sido o último italiano campeão tripulando uma mota italiana (em 1972, com a MV Agusta).
O piloto da Ducati (que conquistou o Mundial de pilotos, equipas e construtores) fechou o campeonato com 265 pontos, mais 17 do que Quartararo.
Já Miguel Oliveira contribuiu para o segundo lugar da KTM Factory no Mundial de equipas, terminando em 10.º, com 149 pontos, menos três do que o nono, Jorge Martin.
O italiano Enea Bastianini (Ducati) conquistou o terceiro lugar do campeonato graças ao oitavo lugar de hoje, ultrapassando o espanhol Aleix Espargaró (Aprilia), que desistiu com problemas mecânicos, tal como o seu companheiro e equipa, Maverick Viñales.
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