Toyota, Hyundai e Ford são os três construtores que se mantêm de forma oficial no campeonato, que terá, certamente, um novo campeão, depois de Ogier (Toyota) ter decidido, aos 38 anos, afastar-se no final da temporada passada, após a conquista do oitavo título da carreira.

Os novos carros mantêm os mesmos motores a gasolina de 1.6 litros utilizados desde 2011, que serão complementados com motores elétricos, capazes de dar um impulso extra de 100 Kw (136 cavalos).

Além da maior potência disponível, os pilotos terão à sua disposição, durante as especiais, um ‘boost’ [impulso] de potência extra, graças a um processo de regeneração de energia nas travagens e desacelerações, ingredientes que podem tornar os carros de rali deste ano os mais rápidos de sempre.

Para contrabalançar a maior potência disponível, os regulamentos preveem uma diminuição da influência da aerodinâmica, até como forma de controlar os custos. Deixa de haver difusor de ar na traseira nem aletas e o curso da suspensão será menor.

O primeiro impacto parece ter sido alguns despistes imprevistos durante os testes de inverno.

Os pilotos deixam, também, de ter os comandos da caixa de velocidades no volante bem como a ajuda de diferenciais ativos.

Sem Ogier a tempo inteiro, a Toyota mantém a aposta no galês Elfyn Evans, duas vezes vice-campeão (2020 e 2021), e no finlandês Kalle Rovanperä, que impressionou em algumas provas do ano passado, tornando-se, aos 20 anos e 290 dias, no piloto mais novo de sempre a vencer uma prova do Mundial, no caso o rali da Estónia.

Até final do campeonato, o filho do antigo piloto Harri Rovanperä somou ainda mais um triunfo, na Grécia, fechando o campeonato na quarta posição, atrás de Ogier, Evans e do belga Thierry Neuville.

O finlandês Esapekka Lappi herdará o carro de Ogier nas provas em que o francês estiver de fora.

A Hyundai mantém a aposta em Neuville e no estónio Ott Tänak, vencedor do Mundial em 2019 e único campeão a tempo inteiro este ano, alternando o terceiro carro entre o espanhol Dani Sordo e o norueguês Oliver Solberg, filho do antigo campeão mundial, Petter Solberg (2003).

Já a M-Sport, que corre com o apoio semi-oficial da Ford, recrutou o britânico Craig Breen à Hyundai e manteve o também britânico Gus Greensmith.

A grande novidade na equipa de Malcolm Wilson passa pelo regresso do francês Sébastien Loeb ao Mundial, ainda que em 'part-time'.

Loeb, recordista de títulos conquistados, com nove, divide o terceiro Ford Puma com o francês Adrien Fourmaux, estreando-se já na primeira prova, uma semana depois de ter concluído o rali Dakar de todo-o-terreno na segunda posição.

O figurino do campeonato mantém-se inalterado, com 13 corridas divididas por quatro continentes.

As hostilidades abrem já na quinta-feira, com o rali de Monte Carlo. Seguem-se Suécia (24 a 27 de fevereiro), Croácia (21 a 24 de abril), Portugal (19 a 22 de maio), Itália (02 a 05 de junho), Quénia (23 a 26 de junho), Estónia (14 a 17 de julho), Finlândia (04 a 07 de agosto), Grécia (08 a 11 de setembro), Nova Zelândia (29 de setembro a 02 de outubro), Catalunha (20 a 23 de outubro) e Japão (10 a 13 de novembro).

Pelo meio, há ainda espaço para uma outra prova, de 18 a 21 de agosto, que ainda não foi confirmada.