Ruben Faria regressou esta quinta-feira de manhã a Portugal depois de ter abandonado o Dakar 2014. Depois de uma longa viagem da Argentina para Lisboa, com escala em Madrid, o piloto português refletiu sobre o sucedido, mas assumiu ainda não ter uma explicação para o seu precoce abandono, na sequência de um acidente na terceira etapa.

«Não correu nada mal, o problema foi que vim mais cedo para casa. Não era isso que pretendia, mas o desporto é assim e o desporto motorizado tem vários fatores que podem acontecer. Não é um caso raro cair, só que é raro cair e perder os sentidos. Caí uma primeira vez, caí uma segunda vez e depois não me lembro de mais nada», explicou Ruben Faria aos jornalistas presentes no Aeroporto da Portela. 

Sem deixar de expressar a sua gratidão a Paulo Gonçalves pelo auxílio no momento do acidente, o piloto da Red Bull/KTM quer agora esquecer o passado e focar-se no futuro. «Estive a pensar nisto num voo de 12 horas. Vou tentar curar melhor a lesão e preparar da melhor maneira o Dakar 2015», frisou o corredor algarvio, aludindo à fratura no pulso que sofreu pouco tempo antes deste Dakar.

Paralelamente, Ruben Faria considerou que a presente edição é ainda mais dura do que as anteriores. «O Dakar sempre foi uma prova difícil e este ano está a ser ainda mais complicado. As pessoas nem imaginam o que é aquela prova. Não estou nada feliz, mas temos de encarar desta maneira e para o ano há mais».

Perante a insistência sobre as razões do acidente e as consequências nefastas que isso teve na sua participação, Ruben Faria especulou uma hipótese. «O problema é que não sei o que me aconteceu para tirar ilações da queda. Agora quero é esquecer o que aconteceu e encarar o próximo ano da mesma maneira e um pouco melhor fisicamente. Uma das coisas que pensei foi que não treinei em altitude devido à lesão e no local da queda acho que estava a 4200m de altitude. Pode ter sido uma das razões», disse.

Revelando ter feito um TAC que acusou uma vértebra «um pouco espalmada», Ruben Faria declarou ainda que os responsáveis da organização do Dakar2014 «forçaram um bocadinho» na dureza dos primeiros dias de prova. «Não sei qual foi o objetivo da organização em fazer o Dakar desta maneira. A intenção era ser bastante duro e este ano forçaram um bocadinho. Querem fazer a prova mais difícil, porque os pilotos e as motos estão cada vez melhores», concluiu.