O Rali de Portugal vai ter no irlandês Kris Meeke (Hyundai i20) um dos favoritos ao estatuto de melhor ‘português’, pois o vencedor em 2016 vai disputar a prova pontuando para o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR).

Meeke foi um dos três vencedores diferentes das três primeiras provas do campeonato, triunfando no Rali Terras D’Aboboreira, em Amarante. Antes dele, já Ricardo Teodósio (Hyundai i20), líder do CPR e companheiro de equipa do irlandês na Hyundai Portugal, tinha vencido no Algarve e o malogrado Craig Breen (Hyundai i20) vencera em Fafe.

A morte de Breen, durante um teste para o Rali da Croácia, do Campeonato do Mundo (WRC), levou a marca coreana a contratar Meeke, que já venceu o Rali de Portugal em 2016, quando militava na Citroën.

Ao seu lado, Meeke terá James Fulton, navegador que acompanhava Breen.

“Foi um momento muito difícil, mas sinto-me, agora, preparado para regressar. Não foi uma decisão fácil, mas, depois de falar com a minha família e com a família do Craig, considerámos que era isto que ele quereria”, comentou Fulton, quando anunciou o regresso à competição após o fatídico acidente do seu piloto, do qual saiu ileso.

Ricardo Teodósio chega a esta 56.ª edição da prova do Automóvel Clube de Portugal (ACP) com 62 pontos e na liderança do CPR, cuja pontuação é obtida no final do primeiro dia de prova (sexta-feira).

O algarvio, navegado por José Teixeira, espera repetir o triunfo no CPR conseguido em 2022.

“Queremos voltar a vencer esta prova para o campeonato e depois viraremos o foco para ser os melhores portugueses no Rali de Portugal. Chegar aqui na liderança dá-nos muita confiança e sabemos que um bom resultado nos deixa em boas condições para entrar na fase de asfalto com uma vantagem confortável. Por isso a nossa determinação e objetivos estão todos focados neste desafio”, sublinha Teodósio.

Miguel Correia chega a esta quarta prova do campeonato português no segundo lugar, com menos três pontos do que Teodósio, mas com ambição reforçada depois de se ter estreado no pódio luso em 2022.

“O objetivo este ano é vencer a primeira etapa, para amealhar o máximo de pontos possível para o CPR”, começou por dizer à agência Lusa o piloto bracarense, que considera estar “tudo em aberto”.

Ao contrário do ano passado, em que abdicou do resto da prova do ACP para poupar material, Miguel Correia decidiu, este ano, participar no rali até ao fim.

“Este é o ano indicado para fazer a totalidade da prova e ser o melhor português”, frisou.

 O piloto bracarense considera que será “um rali bastante duro, bastante longo”, pelo que o “segredo é fazer uma boa gestão do carro” para “evitar furos e avarias mecânicas”.

Habituado às dificuldades da prova do ACP está Armindo Araújo. O campeão nacional em título foi o segundo classificado no ano passado entre os participantes no CPR, acabando por ser o melhor luso no final da prova.

Desta vez, chega ainda em recuperação das lesões sofridas num violento acidente, no Rali de Fafe, que o obrigaram a faltar ao Casinos do Algarve.

O regresso à competição aconteceu no rali Terras D’Aboboreira, que ajudou a recuperar o ritmo.

“Este é, sem dúvida, o rali que todos ansiamos e que nos traz uma motivação extra por ser o nosso rali do Campeonato do Mundo. Vamos lutar pelo melhor resultado possível para o CPR, com as contas a serem fechadas na sexta-feira, e depois vamos continuar em busca de conseguirmos terminar como a melhor dupla portuguesa”, sublinha o piloto de Santo Tirso.

A 56.ª edição do Rali de Portugal começa esta quinta-feira, com a cerimónia de partida a ser realizada em Coimbra.

A primeira etapa, disputada na sexta-feira, define a classificação para o CPR e conta com oito especiais, incluindo a super especial final desenhada na Figueira da Foz.

Até lá, as equipas terão pela frente duplas passagens por Lousã, Arganil e Góis, e a visita a Mortágua, que será a Power Stage elegível para o CPR, que distribui seis pontos extra pelos três mais rápidos.