Max Verstappen (Red Bull) e George Russell (Mercedes) têm liderado uma onda de apelos para que os carros de Fórmula 1 sejam aumentados em termos de altura, por entenderem que o perfil baixo põe em causa a segurança dos pilotos.
Para o campeão do Mundo, Verstappen, que levantou o assunto junto da FIA no GP do Bahrain, este problema deixa mazelas físicas nos pilotos, especialmente em situações de impacto. "No final da reta o impacto é muito forte nestes monolugares de estatura baixa. Dá pouco conforto e a coluna é bastante comprimida devido aos solavancos. Isto é apenas um conselho para o futuro, mas tem de ser revisto nos novos regulamentos para 2026", disse o neerlandês, que ainda expressou receio por considerar que a FIA não está a analisar este tema tão a fundo como devia, em declarações à BBC.
Este problema foi exponenciado após a reintrodução do chamado "efeito de solo", em 2022, que cria uma área de baixa pressão sob o monolugar, produzindo uma força aerodinâmica ascendente que deixa o veículo mais perto do piso e permite atingir maiores velocidades. Esta alteração promove mais ultrapassagens, tendo já sido utilizado nos anos 70 e 80, mas é mais perigoso e foi descontinuado por gerar mais acidentes.
Já George Russell defende que o problema piora à medida que os carros ganham velocidade na reta e as forças aerodinâmicas os aproximam do solo. “Todos os pilotos têm conversado com a entidade responsável pela Fórmula 1, porque é um pouco insustentável continuar a rodar com os carros assim. Parece que os dentes estão a bater na pista, de tão perto que estamos do chão”, afirmou o piloto da Mercedes, ilustrando o ponto de vista com um exemplo curioso.
“A distância a que estamos do chão no início da reta é a do comprimento de uma pilha AA e no final é do tamanho de um grão de bico. Portanto, cada pequeno solavanco percorre o corpo todo, por isso, esperamos que a próxima geração de carros encontre uma solução melhor”, concluiu.
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