O neerlandês Max Verstappen (Red Bull) venceu hoje o Grande Prémio do Brasil de Fórmula 1 debaixo de chuva, após largar da 17.ª posição, aumentando para 62 os pontos de vantagem no Mundial, a três provas do fim.

O tricampeão em título bateu o francês Esteban Ocon (Alpine) por 19,477 segundos, com o também gaulês Pierre Gasly (Alpine) em terceiro, a 22,532.

Um pódio que parecia pouco mais que improvável horas antes, depois de uma qualificação tão acidentada, que teve de ser adiada para hoje devido à chuva que se abateu sobre São Paulo.

Antes dele, apenas John Watson (McLaren), no GP de Detroit de 1982, e Kimi Raikkonen (McLaren), no GP do Japão de 2005, tinham vencido um GP largando da 17.ª posição.

Verstappen não vencia desde Espanha, há 11 corridas. De então para cá, viu a McLaren e Lando Norris crescerem em desempenho e aproximarem-se no campeonato. Mas, ao britânico, ainda falta o instinto matador que 'Mad' Max tem de sobra.

A diferença entre ambos ficou patente no arranque para uma corrida que continuou acidentada. Antecipada em hora e meia por causa da chuva, viu o início atrasado em 20 minutos depois de um erro de vários pilotos na colocação dos carros em grelha e do acidente sofrido pelo canadiano Lance Stroll (Aston Martin) na volta de instalação. Stroll ficou de fora, tal como Alexander Albon, cujo Williams ficou destruído num acidente esta manhã, na qualificação.

 Saindo da 'pole position', Lando Norris atemorizou-se e cedeu na travagem da primeira curva para o compatriota George Russell (Mercedes), que partiu do segundo lugar. Já o neerlandês saltou de 17.º para 10.º no final da primeira volta. Na 11.ª já era sexto, atrás do monegasco Charles Leclerc (Ferrari).

Mas quando o piloto da Ferrari foi às boxes trocar de pneus, Verstappen subiu a quinto na 25.ª volta.

Quatro voltas mais tarde, George Russell e Lando Norris foram às boxes trocar de pneus. Mas a chuva intensa obrigou à entrada do 'safety car' em pista. Nessa altura, o neerlandês era segundo, atrás de Ocon.

Nem o 'safety car' impediu o argentino Franco Colapinto de destruir o Williams, novamente (já o tinha feito de manhã na qualificação). Nova interrupção, agora à volta 32.

No reatamento, Norris foi mais forte do que Russell e assumiu o quarto lugar. A discussão pela vitória (e pelo título) parecia relançada. Mas Norris cometeu novo erro e permitiu a Russell recuperar a posição.

Enquanto isso, o espanhol Carlos Sainz (Ferrari) despistou-se e forçou a nova entrada do 'safety car', na volta 40. A corrida foi retomada três voltas depois e, então, Max desferiu o golpe de misericórdia e assumiu o comando na travagem para a primeira curva.

A partir daí, sucederam-se as voltas rápidas (17 no total para o neerlandês). Enquanto isso, Norris falhava a primeira travagem, saía largo e era passado pelo companheiro de equipa, o australiano Oscar Piastri (McLaren). Tal como na véspera, a equipa mandou trocar de posições mas Norris já não foi além desse sexto lugar, perdendo hoje 18 pontos para Verstappen.

A três provas do fim do campeonato (Las Vegas, Qatar e Abu Dhabi), o tricampeão tem uma vantagem de 62 pontos (393 contra 331). São os dois únicos que ainda lutam pelo título.

“Que corrida incrível, rapazes. Sabem o que é isso? Simplesmente adorável”, gozava Verstappen pela rádio, após um fim de semana em que se sentiu perseguido pelos comissários pela penalização de sábado.

O piloto neerlandês admitiu que vencer não lhe passava pela cabeça.

“Sabia que saindo de 17.º ia ser difícil. Mas mantivemos a calma e voámos. Ganhar aqui, saindo tão atrás, é incrível”, destacou.

Também a Alpine festejou efusivamente o duplo pódio, depois de um início de época em que foram o pior carro. Desde 2006, com Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella, que dois Renault não terminavam no mesmo pódio.

No Mundial de Construtores, a McLaren tem 593 pontos, a Ferrari 557 e a Red Bull 544.

O campeonato regressa dentro de duas semanas, com o GP de Las Vegas.