O campeão Max Verstappen conquistou o GP do Qatar, que decorreu no domingo. Apesar de a corrida se ter realizado à noite, grande parte dos pilotos queixou-se dos 40 graus de temperatura ambiente, pior para quem tem de vestir um fato e capacete, e muitos tiveram de ir para o posto médico após as 57 voltas infernais.
Esteban Ocon, Alpine: "Ganhei seis pontos, os pontos mais duros de sempre. O ar no cockpit era horrível, é como ter o capacete em chamas. Sinceramente, senti-me num inferno a partir da volta 15 ou 16. Vomitei dentro do carro duas vezes. Depois consegui concentrar-me no que tinha de fazer, a cabeça é o mais importante neste desporto. Mas voltemos aqui em dezembro, por favor, nunca mais em outubro. Foi muito duro".
Lando Norris, Mclaren. "Chegámos ao limite, é triste que tenha de ser assim. Isto não é bom, alguns pilotos terminaram no centro médico, desmaiados. Não é que tenham de treinar mais, o carro está extremamente quente e é uma corrida muito física. É frustrante, talvez na televisão não pareça assim. É demasiado perigoso".
George Russell, Mercedes:"Abri a viseira e parecia que tens um secador quente na cara."
Lance Stroll, Aston Martin: "A 20 voltas do fim a minha condição começou a piorar, sentia-me a desmaiar no carro. Não consegues ver por onde vais quando estás a desmaiar. Estava a desfalecer por completo."
Charles Leclerc, Ferrari: "Se nos colocarem na mesma situação noutro ano, teremos de discutir isto entre os pilotos. Não é uma questão de preparação física. A desidratação é tão grande que a tua visão piora, a pulsação dispara e é difícil controlar tudo isto. Com a força G é difícil beber e a bebida está a 60 graus".
Fernando Alonso, Aston Martin: "Foi a corrida mais dura que fiz nas últimas duas décadas. Pelas condições, a humidade era mais alta do que nos últimos dias e não havia vento. No nosso caso, tanto eu como o Lance [Stroll] sofremos com as altas temperaturas no lado direito do assento porque havia um tubo que estava sobreaquecido, queimava-me a parte direita das costas e o braço. Ainda pedi pelo rádio para me darem água no pit-stop, o que não é permitido. Tivemos de aguentar as condições extremas."
Verstappen, que largou da ‘pole position’, cortou a meta com 4,833 segundos de vantagem sobre o australiano Oscar Piastri (McLaren), que foi segundo, e 5,969 sobre o britânico Lando Norris (McLaren), que foi terceiro.
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