"Desde maio, as taxas de juros aumentaram consideravelmente. Isso foi necessário para garantir que o atual período de alta inflação seja apenas temporário. A alta inflação prejudica a nossa economia e torna a vida mais difícil para os cidadãos", disse num comunicado o governador do Banco de Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês).
Philip Lowe defende que a inflação se deve a fatores globais, como a guerra na Ucrânia, bem como à falta de capacidade da economia para responder à "forte procura interna", pelo que não descartou aumentos futuros.
A Austrália, como muitos países do mundo, sofre de problemas derivados da alta inflação, que em setembro era de 7,3% ao ano, a taxa mais alta desde 1990, embora tenha caído para 6,9% em outubro, segundo dados oficiais.
O banco observou que o mercado de trabalho continua retraído, com a taxa de desemprego a cair para 3,4% em outubro -- a taxa mais baixa desde 1974 -- e muitas empresas a lutar para contratar trabalhadores.
O RBA não afastou a possibilidade de a inflação chegar perto de 8% até o final do ano, caindo depois gradualmente em 2023, à medida que os problemas de abastecimento global forem resolvidos e os preços de algumas matérias-primas caírem.
Até 2024, a inflação será de pouco mais de 3%, ligeiramente acima da meta estabelecida pelo banco central, de 2% a 3%, acrescentou o regulador.
O RBA também reviu em baixa a previsão para o crescimento económico da Austrália, para 3% este ano e 1,5% em 2023 e 2024.
As novas taxas de juros são as mais altas desde outubro de 2012, quando foram fixadas em 3,25%.
Ainda assim, os aumentos das taxas da Austrália têm sido relativamente modestos e a taxa básica permanece mais baixa do que em muitos outros países, incluindo os Estados Unidos, onde a Reserva Federal elevou a taxa referência de juros para uma faixa de 3,75% a 4%.
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