As medidas decretadas para combater a transmissão do coronavírus no território, "em risco de sofrer um surto" comunitário, segundo o Governo, "não afetam o abastecimento normal, contínuo e estável dos produtos alimentares frescos, refrigerados e congelados", assegurou a Direção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico, em comunicado.

"O abastecimento dos produtos alimentares de Macau é suficiente e estável", pode ler-se na nota, que precisa que, até ao mês de julho, o 'stock' de arroz era de 1,3 milhões de quilogramas, "uma quantidade suficiente para o consumo [durante] cerca de um mês" em Macau.

Por isso, não há "motivo para corridas às compras", garantiu a Direção dos Serviços de Economia.

O Governo de Macau apelou aos residentes "que não façam compras desnecessárias e que atendam às informações de prevenção de epidemia divulgadas diariamente pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, não devendo acreditar em informações falsas", concluiu.

O território foi notificado pelas autoridades da cidade vizinha chinesa de Zhuhai de que dois residentes de Macau tinham tido resultado positivo no teste à covid-19, na segunda-feira, um deles um motorista afeto aos Serviços de Saúde.

Trata-se de um casal com um filho e uma filha, estando os quatro infetados, precisaram as autoridades na conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia no território.

Na origem da contaminação terá estado a filha do casal, que se deslocou a Xian, na China, em visita de estudo, entre 19 e 24 de julho, informaram.

As autoridades disseram que já procederam "ao isolamento dos contactos próximos" e que estão a fazer a lista das pessoas que possam ter estado em contacto com os infetados, incluindo os 30 colegas que viajavam com a filha do casal.

O edifício onde a família vive foi isolado e "ninguém pode sair", informaram ainda as autoridades, que vão reavaliar a situação após a realização de testes aos contactos próximos.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou hoje que todos aqueles que queiram sair de Macau terão obrigatoriamente de apresentar um teste negativo realizado nas últimas 24 horas.

Por outro lado, apelou à população para que não abandone o território, "a não ser que seja necessário".

As autoridades anunciaram ainda a abertura de mais cinco postos de testes de ácido nucleico, "que vão funcionar 24 horas por dia, sem necessidade de marcação", e o "reforço da desinfeção nas vias públicas, nas fronteiras e nas paragens de autocarros".

Macau, que só identificou 63 casos desde o início da pandemia e não registou qualquer morte, tem uma taxa de vacinação muito baixa: pouco mais de um terço da população e apenas 2% de vacinados entre os idosos com mais de 80 anos.

O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 no território, Tai Wa Hou, voltou hoje a apelar para que a população se vacine "rapidamente", "uma forma de proteção pessoal e também de proteção da comunidade", disse.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.227.765 mortos em todo o mundo, entre mais de 198,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

PTA (JMC) // PJA

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