
Segundo a Comissão de Trabalhadores (CT), do total de mais sete milhões de euros orçamentado em 2024 para prémios comerciais na rede comercial de clientes particulares e empresas não foram gastos mais de 500 mil euros.
A CT disse à Lusa que lhe chegaram vários relatos de trabalhadores que cumpriram objetivos e não receberam prémios e que ao fazer posteriormente as contas a essa rubrica confirmou isso mesmo através do valor orçamentado não despendido.
A CT afirmou que expôs a situação em duas cartas enviadas à Comissão Executiva (em fevereiro e abril) e que aí exigiu que fossem "pagos aos trabalhadores os valores em falta", mas que a exigência foi ignorada.
"A CT entende que é tempo de pagar aos trabalhadores aquilo que estes alcançaram com toda a dedicação e mérito. Cabe à gestão da CGD honrar os seus compromissos e ter um comportamento ético irrepreensível", disse a CT em comunicado, considerando que o banco se promove "publicamente como um dos melhores empregadores do país, mas depois, efetivamente, desconsidera e desrespeita constantemente os seus trabalhadores".
Segundo a CT, em causa não está o total da remuneração variável atribuída pelo banco aos seus funcionários, mas especificamente os prémios e incentivos de trabalhadores da rede comercial.
Contactada pela Lusa, fonte oficial disse que a CGD atribui a remuneração variável aos empregados através de duas formas, como 'prémios de desempenho, potencial e retenção' e como 'incentivos comerciais' (aplicáveis apenas à rede comercial).
Referente a 2024, no total, a CGD disse que "ultrapassou em 5,6 milhões de euros a remuneração variável inicialmente orçamentada" para a operação em Portugal (sem incluir prémios da administração), pois esta totalizou 35,9 milhões de euros entre prémios e incentivos comerciais.
Sobre especificamente os incentivos comerciais não atribuídos a funcionários da rede comercial, afirmou o banco que são atribuídos consoante cumprimento dos objetivos e que é "normal que nem todos os colaboradores atinjam sempre os objetivos em todos os ciclos [comerciais]", pelo que não os recebem.
A CT da CGD tem sido muito crítica para com a administração do banco liderada por Paulo Macedo, considerando que não valoriza devidamente os mais de 6.000 trabalhadores em Portugal e que não cumpre devidamente o serviço público bancário com a diminuição de agências assim como com a redução da prestação de serviços.
A CGD apresenta hoje os resultados do primeiro trimestre. Em 2024, obteve lucros de 1.735 milhões de euros, os maiores de sempre e mais 34% face a 2023.
IM // CSJ
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