
"Se o problema são as armas nucleares, então sim, também consideramos que este tipo de armas é inaceitável", declarou Araghchi num discurso transmitido pela televisão iraniana, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
O Irão e os Estados Unidos estão envolvidos em conversações sobre o programa nuclear iraniano, com Washington a exigir que a República Islâmica renuncie a todo o enriquecimento de urânio.
Teerão recusa categoricamente tal exigência e argumenta que tem o direito de adquirir capacidades nucleares civis.
"Estamos de acordo com eles nesta questão", acrescentou Araghchi, referindo-se à posição norte-americana sobre armas nucleares, que os Estados Unidos possuem.
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel, inimigo declarado do Irão e considerado pelos especialistas como a única potência nuclear do Médio Oriente, suspeitam que Teerão pretende adquirir armas nucleares.
O Irão nega ter tais ambições militares, mas defende o direito à energia nuclear civil, nomeadamente para fins energéticos.
O Irão é o único Estado sem armas nucleares que enriquece urânio a um nível elevado (60%), segundo a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).
"Não podem ter armas nucleares", reiterou o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira, afirmando que o Irão e os Estados Unidos estavam "bastante próximos de um acordo".
Abbas Araghchi atenuou o otimismo norte-americano numa mensagem publicada nas redes sociais na quinta-feira, na qual afirmou não ter a certeza de que um acordo estivesse próximo.
Inimigos há quatro décadas, Teerão e Washington realizaram uma quinta ronda de conversações em Roma, em 23 de maio, sob a mediação de Omã.
Abbas Araghchi e o enviado norte-americano Steve Witkoff saíram sem quaisquer progressos significativos, mas afirmaram estar prontos para novas conversações.
Ainda não foi fixada qualquer data.
Na eventualidade de um acordo com Washington, o Irão disse na quarta-feira que poderia autorizar uma visita ao país de inspetores norte-americanos sob a égide da AIEA, a agência nuclear da ONU.
Um anterior acordo com o Irão foi concluído em 2015, mas caducou com a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos do pacto em 2018, durante o seu primeiro mandato presidencial (2017-2021).
O acordo envolvia também a China, a França, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha, e limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.
Desde que regressou à presidência, em janeiro, Trump apelou ao Irão para negociar um novo texto, mas ameaçou bombardear o país se a diplomacia falhasse.
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