"É um plano realmente ambicioso, diferente dos anteriores e foi elaborado numa lógica de mudança de paradigma: mais ação, maior coordenação, fazer mais e mais em conjunto", declarou o coordenador das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, Eric Overvest, durante a assinatura do acordo com o primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
Com o valor de 150 milhões de dólares (cerca de 145 milhões de euros) - o triplo do acordo anterior -, no período 2023-2027, o acordo envolve 18 agências da ONU (contra as 10 do programa de cooperação anterior) e, pela primeira vez, são cossignatários o Banco Mundial e o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD).
"É um reforço fundamental para a implementação deste plano ambicioso, mas realista", declarou Overvest, avançando que, do financiamento total, 50 milhões de dólares (48,5 milhões de euros) já estão garantidos: "Os recursos financeiros deste quadro de cooperação resultam de um esforço conjunto de vários doadores e de parceiros".
O representante das Nações Unidas sublinhou que "parceria é uma palavra central" deste quadro de cooperação.
"Temos que trabalhar todos, cada um com responsabilidades diferentes, mas em conjunto, governo, organizações multilaterais, setor privado, sociedade civil, cidadãos", assinalou.
O acordo prevê também que as Nações Unidas disponibilizem ao executivo são-tomense "sempre que necessário, conhecimento altamente especializado (...) e recursos humanos, para apoiar o Governo e sob a liderança do Governo", para trabalharem "lado a lado com as autoridades nacionais".
Nesta cooperação, Eric Overvest destacou o "forte compromisso com os princípios de direitos humanos, igualdade de género, empoderamento das mulheres, como também a adaptação às mudanças climáticas e o desenvolvimento de uma economia verde e azul do país no país".
Por seu lado, Patrice Trovoada defendeu que a assinatura do acordo "representa todo um conjunto de ações que estão perfeitamente alinhadas com o programa do Governo", salientando que no acordo estão "representadas todas as capacidades da comunidade internacional multilateral para poder apoiar o povo são-tomense".
O primeiro-ministro chamou a atenção para o montante total previsto, que, considerou, "deixa muita confiança de que será possível atingir os objetivos indispensáveis de combate à pobreza e às desigualdades de toda a natureza" para que seja possível "desenvolver o país de uma maneira mais robusta".
O chefe do Governo comentou que, nesta parceria, há "dificuldades", desde logo a discrepância das condições de trabalho dos recursos humanos e das infraestruturas.
"No edifício do PNUD [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento] têm eletricidade 24 horas e, quando a contrapartida nacional tem eletricidade três horas, não podemos implementar nenhum programa", exemplificou, afirmando-se convencido que será possível ultrapassar estas dificuldades, com o apoio das organizações.
"Para que possamos de uma maneira coerente trabalharmos em conjunto para que o resultado final seja aquele que nós todos almejamos", acrescentou.
JH // LFS
Lusa/fim
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