"Cada um de voz está ciente de que o terrorismo, os raptos, o branqueamento de capitais, o incitamento à violência, as manifestações violentas, o cumprimento de ordens ilegais, a desobediência e outras tipologias de crimes são parte de ameaças mais visíveis à ordem (...), pelo que o seu combate e erradicação deve constituir prioridade", recomendou o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo.
O Presidente moçambicano conferiu posse hoje ao novo comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM), Joaquim Adriano Silva, em substituição de Bernardino Rafael, tendo exigido um combate ao crime organizado para restituir a paz aos moçambicanos.
"Nenhum resultado é alcançado sem disciplina e, sendo a PRM uma instituição paramilitar, cuja disciplina é vertical, cabe a voz, caro comandante, incutir a disciplina nos seus elementos, tendo sempre presente que a liderança por exemplo produz melhores resultado", orientou Daniel Chapo.
O Chefe do Estado moçambicano pediu ainda ao novo comandante da polícia proatividade, referindo que deve pautar pela análise contínua das várias tipologias de crimes, incluindo a identificação de novas ameaças.
"Esperamos uma polícia cada vez mais humanizada onde a disciplina e o aprumo são a marca", apelou Daniel Chapo, prometendo equipar as Forças de Defesa e Segurança com meios para o combate ao crime organizado.
Entre outras funções, Joaquim Adriano Sive foi comandante provincial da PRM em Cabo Delgado e Nampula.
Em declarações à comunicação social após tomar posse, Joaquim Adriano Sive prometeu resgatar a confiança do cidadão para com a polícia moçambicana e travar o crime organizado, com destaque para os raptos.
"Das questões prementes que assolam a nossa sociedade, uma delas tem a ver com raptos. Vamos continuar a combater este crime, certos que temos que contar com pessoas capazes dentro da nossa instituição", disse o novo comandante, prometendo ordem e segurança públicas aos moçambicanos.
"Temos que resgatar a confiança com a população, porque podemos ter polícias até aos milhares, ter viaturas que até bastem, mas se não tivermos o conforto, não tivermos o apoio, o suporte da população, pouco ou nada podemos fazer", concluiu.
Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer "basta".
A polícia moçambicana registou, até março de 2024, um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, anunciou anteriormente o ministro do Interior, Pascoal Ronda.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
PYME // JMC
Lusa/Fim
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