"Nós como moçambicanos temos que conservar as coisas que estamos a construir. É muito importante perceber isso, nós somos moçambicanos, desde a nossa independência estamos a construir o nosso país (...). Não faz sentido que alguém acorde de manhã e destrua aquilo que lhe pertence", declarou o Presidente de Moçambique, em declarações à imprensa, pouco de depois de aterrar em Quelimane, na província da Zambézia, na sua primeira visita de trabalho na província moçambicana, enquanto chefe do Estado.
Daniel Chapo orienta sexta-feira a cerimónia de abertura do ano letivo 2025, no distrito de Lugela, na província da Zambézia, no centro de Moçambique.
"Queremos dizer que estas destruições têm consequências para o amanhã do nosso povo", alertou Daniel Chapo. Na mesma declaração à imprensa, defendeu respeito pela pluralidade de opiniões: "Nós somos moçambicanos, não somos obrigados a pensar da mesma forma, pensar de forma diferente é importante porque é isso que faz construir Moçambique".
A Confederação das Associações Económicas (CTA) estimou em mais de 500 as empresas vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique e que pelo menos 12 mil pessoas estão agora sem emprego.
O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar nas eleições gerais de 09 de outubro.
Este anúncio provocou o caos em todo o país, com apoiantes de Venâncio Mondlane - que, segundo o Conselho Constitucional, obteve apenas 24% dos votos - manifestando-se nas ruas, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.
A contestação dos resultados eleitorais já provocou pelo menos 315 mortos e cerca de 750 feridos a tiro, segundo organizações da sociedade civil.
PYME // JMC
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