"Há nove meses, Putin aspirava a destruir a Ucrânia numa questão de dias. Hoje, ele está feliz por conduzir um carro numa ponte que construiu ilegalmente há muito tempo", escreveu o chefe da diplomacia ucraniana na sua conta do Twitter.
"As suas ambições agressivas encolheram. A Ucrânia assegurará que continuem a encolher até encaixarem nas fronteiras da Rússia", ironizou Kuleba.
Imagens disponibilizadas hoje pela televisão russa mostram Putin ao volante de uma viatura, afirmando que se encontrava na ponte, recuperada depois dos danos sofridos a 08 de outubro num ataque com um carro-bomba.
Esta é a sua primeira visita à península, anexada pela Rússia, desde o início da ofensiva militar na Ucrânia, a 24 de fevereiro.
Após a destruição parcial da ponte no ataque, o Presidente russo acusou os serviços secretos ucranianos de terem cometido um "ato terrorista" com a cooperação de países estrangeiros.
Em retaliação, Moscovo lançou pouco depois um ataque maciço de mísseis contra a infraestrutura energética da Ucrânia, ataques que tem repetido desde então.
Putin tinha inaugurado a ponte de 19 quilómetros ao volante de um camião em maio de 2018.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.702 civis mortos e 10.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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