A unidade ucraniana frisou que os militares feridos já não são combatentes e realçou que estão a viver em condições desumanas, "com feridas abertas, com ligaduras sujas, sem a medicação necessária e até com falta de alimentos".

O comunicado, divulgado na rede social Telegram e acompanhado de imagens destes militares, alerta que "todo o mundo civilizado deve ver as condições em que estão os defensores feridos e aleijados de Mariupol e agir".

"Exigimos a retirada imediata de militares feridos para territórios controlados pela Ucrânia, onde serão assistidos e tratados com os devidos cuidados", aponta ainda o comunicado, que refere a existência de várias centenas de combatentes feridos naquele complexo industrial.

O conjunto de dez fotos mostram, por exemplo, militares com ferimentos graves, incluindo dois de muletas com a perna esquerda amputada, um com o braço esquerdo amputado na zona do ombro e outro com o braço direito amputado acima do cotovelo.

Segundo noticia a agência Associated Press (AP), não foi possível verificar de forma independente a origem das fotografias ou as identidades dos retratados.

A vice-primeira-ministra ucraniana disse hoje à agência France-Presse (AFP) que mais de mil militares ucranianos, incluindo centenas de feridos, ainda permanecem no complexo siderúrgico de Azovstal.

Após a retirada de todos os civis com a ajuda da ONU na semana passada, "mais de mil" militares, incluindo "centenas de feridos", permanecem nas galerias subterrâneas deste vasto complexo industrial, declarou Iryna Vereshchuk à AFP por telefone.

"Há feridos graves que exigem uma retirada urgente", afirmou a vice-primeira-ministra ucraniana.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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