O partido do primeiro-ministro, Frank Bainimarama, e a coligação de oposição liderada por Sitiveni Rabuka conquistaram, cada um, 26 dos 55 lugares do parlamento, de acordo com a contagem final oficial dos votos das eleições de quarta-feira, publicada na Internet pela comissão eleitoral das Fiji.
Depois de uma campanha eleitoral marcada por acusações de fraude e apelos para uma intervenção militar, a formação do próximo governo será provavelmente um longo processo de negociações, com ambas as partes a procurar uma aliança com o Partido Social Democrata, liderado por Viliame Gavoka, com três lugares e é a chave para uma maioria.
Enquanto a política desenvolvida pelo governo de Bainimarama aproximou o arquipélago da China, Rabuka e Gavoka defendem menor dependência de Pequim.
No início desta semana, os sociais-democratas juntaram-se a uma coligação de cinco partidos para pedir uma paragem imediata da contagem dos votos e uma investigação.
Os últimos dias têm sido particularmente turbulentos no arquipélago do Pacífico Sul, onde a primeira parte da contagem dos votos foi perturbada por avarias ocorridas na noite de quarta-feira, adiando a divulgação dos resultados durante quatro horas.
Num breve período, os resultados divulgados apontavam para um avanço de partidos pouco conhecidos em relação aos principais candidatos.
O líder da oposição exigiu que a contagem fosse suspensa para a realização de uma auditoria independente, afirmando que o processo tinha sido "perturbado por problemas misteriosos e interrupções".
No entanto, o relatório do grupo multinacional de observadores "não registou irregularidades ou problemas significativos durante o voto antecipado, no voto por correspondência ou na votação no dia da eleição", indicando que aquelas avarias tiveram impacto na aplicação onde é afixado o resultado, mas isso não significa que o sistema de contagem tivesse sido corrompido.
"O erro foi resolvido e a aplicação restaurada após cerca de quatro com os dados corrigidos", de acordo com o documento.
Rabuka, antigo militar e primeiro-ministro e autor de dois golpes no passado, pediu ao comandante militar Jone Kaluniwai para intervir, um pedido que foi rejeitado. Este apelo levou a polícia a interrogar o líder da oposição.
Também Bainimarama chegou ao poder num golpe de Estado em 2006, e legitimou o seu governo do país, com 900 mil habitantes, com vitórias eleitorais em 2014 e 2018.
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