
As posições comuns dos participantes na conferência foram plasmadas num comunicado lido aos jornalistas pelo ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva.
Segundo o ministro, foram coincidentes as posições sobre "a necessidade de estabelecer um calendário eleitoral que permita a realização de eleições livres e transparentes com plenas garantias para todos os atores venezuelanos".
"A este respeito, foi mencionada a importância de ter em conta as recomendações da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia em 2021", frisou.
Os participantes na conferência pediram também que "os passos acordados, a satisfação das partes, estejam acompanhados pelo levantamento das diversas sanções" internacionais contra a Venezuela.
"Que a continuação do processo de negociação [entre o Governo do Presidente Nicolás Maduro e a oposição venezuelana], facilitado pelo Reino da Noruega, que teve lugar no México, seja acompanhado pela aceleração da implementação do fundo fiduciário único para o investimento social na Venezuela", disse.
Segundo Álvaro Leiva, "os representantes de um grupo de países que participaram na conferência vão informar o Presidente Nicolas Maduro, os partidos e setores da oposição e a sociedade civil sobre os resultados da conferência, para que avaliem e comentem".
"Vai-se proceder a convocar, numa segunda oportunidade, as delegações que antederam o convite do presidente [da Colômbia] Gustavo Petro, a fim de dar seguimento aos desenvolvimentos hoje alcançados", disse.
Na terça-feira, a Venezuela voltou a impor condições para que o Governo do presidente Nicolás Maduro retome o diálogo com a oposição, como o fim das investigações do Tribunal Penal Internacional (TPI) e de tribunais norte-americanos.
As exigências foram feitas, através da televisão estatal venezuelana, pelo presidente da Assembleia Nacional (onde o 'chavismo' detém a maioria), Jorge Rodríguez, que também lidera a delegação que representa o Governo de Nicolás Maduro.
Jorge Rodríguez pediu "o levantamento de todas as sanções ilegais, das medidas coercivas unilaterais, ilegítimas e ilegais que, desde 2015, foram impostas contra a Venezuela, num número que se aproxima das mil sanções contra a sua economia, o petróleo, a ordem e contra as pessoas".
"Em segundo lugar, o dinheiro da Venezuela que está roubado, retido ilegalmente, sequestrado. O ouro da Venezuela que está retido ilegalmente em Inglaterra. O dinheiro que está nos bancos europeus, os lucros da Citgo [filial da petrolífera estatal venezuelana nos EUA], devem ser devolvidos na íntegra a quem pertence, que é ao povo da Venezuela", disse.
Como terceira condição, a Venezuela exige "que as políticas de [investigação judicial], de ataque através de aventuras nos tribunais dos EUA ou através do Tribunal Penal Internacional, parem porque afetam diretamente os seus líderes mais importantes".
A Venezuela exige ainda que "seja concedida a libertação imediata" do empresário colombiano Alex Saab, tido como testa-de-ferro do Governo venezuelano e que Caracas insiste que tem estatuto de diplomata.
Em 15 de abril, a Colômbia anunciou que tinha marcado para 25 de abril um encontro internacional promovido pelo presidente Petro para promover o reatamento do diálogo entre o Governo e a oposição venezuelana.
A conferência teve lugar em Bogotá, no Palácio de San Carlos, e foram convidados 20 países, entre eles Portugal, que esteve representado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, segundo o Ministério de Relações Exteriores da Colômbia.
FPG // TDI
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