Depois de na época 2010/11 a baliza do Benfica ter sido motivo de grande controvérsia quanto ao exagero monetário gasto na contratação do guarda-redes Roberto, o qual não correspondeu às expetativas, pelo contrário não apresentou argumentos, nem classe para esse valor; aliás foi o réu do mau começo do então campeão.
Uma boa equipa com um excelente guarda-redes arrisca em transformar-se numa equipa excecional. O Benfica tem matéria-prima para construir uma boa equipa e este Artur contribui para que as águias voem mais alto, em céus nacionais e internacionais, como se observou em Barcelos, e ontem na Holanda foi um autêntico guardião, (seis defesas fabulosas). Tudo indicia que este novo ciclo Arturiano tranquilize e valorize os cavaleiros da Távola Retangular.
Jesus disse que Maxi, Luisão e Cardozo, ausentes em Barcelos, jogariam. Jogaram e tiveram influência nos golos. No de De Jong, Maxi entrou mal, à queima, e Luisão ficou a ver, em vez de pressionar de imediato.
Cardozo aproveitou a recuperação e o passe de Aimar, entrou pela avenida entre os centrais e fez um golo tecnicamente perfeito. Foi também um dos cinco pintores que traçaram, cada um com o seu toque, o belo quadro do 2º golo, digno de um Rembrandt ou Van Gogh.
A filosofia do futebol holandês continua a privilegiar o jogo de ataque. Co Adrianse disse que o Benfica tem pontos fortes, mas também os tem fracos. Mas esqueceu-se dos seus próprios pontos fracos. No F.C. Porto, este treinador optou pelo 3x4x4 e agora, no Twente, actua no 4x3x3, mas quando está com posse de bola um dos laterais adianta-se, e um dos centrais desloca-se para o corredor lateral, desenhando o primeiro modelo.
Esta tática corre riscos se o adversário joga com três avançados, é vulnerável nos lances de contra ataque, gera situações de inferioridade a defender. O Benfica jogou com três avançados, mais Aimar, (imprescindível neste momento). O primeiro golo foi um lance puro de contra ataque. Aimar recuperou a bola, com os centrais muito distantes, Cardozo disse-lhes adeus. No segundo golo, os médios, Aimar e Witsel, com os três avançados, ficaram cinco contra quatro e criaram um golo muito vistoso.
Se as fragilidades moram nas ações defensivas, ao revés, as ações ofensivas já de si acutilantes, mais perigosas se tornam quando está a perder, com a agravante de jogar em casa. Na realidade, o Twente lançou-se deliberadamente ao ataque, criou várias oportunidades, negadas superiormente por Artur, acabaram por empatar num lance duvidoso. O Benfica em 4x4x2 travou parcialmente o caudal atacante e ainda criou duas boas ocasiões para marcar.
Nestes jogos a eliminar o resultado da primeira mão é importante, sobretudo para a equipa visitante, se não perder e marcar golos, inicia a segunda mão em vantagem, e até pode empatar 0-0 ou 1-1. Nesta lógica, o resultado alcançado pelo Benfica na Holanda foi muito bom, apesar da passagem à fase de grupos ainda não estar garantida. O Benfica tem nos seus adeptos, um dos melhores, o 12º jogador, os quais transformam a Luz num Inferno, o que estimula, galvaniza, entusiasma e transmite confiança à equipa.
Financeira e desportivamente é importante que o Benfica passe à fase de grupos, para o clube da Luz e para o futebol nacional. Tal como é fundamental que todos os clubes inseridos na UEFA continuem em prova e cheguem às finais, ou pelo menos que repitam o êxito da época passada na Liga Europa.
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