A corrupção é um vírus infiltrado nos negócios do poder. Esta crise universal tem muito ou quase tudo a ver com uma anónima e secreta rede, que mexe os “cordelinhos” da economia mundial a seu belo prazer.
Manobram os ratings dos países, aumentam e baixam os juros consoante lhes convém, valorizam empresas, dando-lhe valores fictícios para especular e rentabilizar ações. O ridículo é a passividade e a aceitação dos governos, dos povos e a falta de ideias dos milhões de economistas para solucionarem a crise.
Também nas principais instituições que gerem o futebol e não só, a corrupção está presente. Interesses puxam interesses. Os subornos e as “luvas” são o veículo para se ganharem concursos de direitos de preferência nas televisões, marcas e produtos.
Diz-se que a votação das candidaturas aos campeonatos da Europa e do Mundo são adulteradas a troco de influências políticas e de aliciamentos monetários. Aquando da candidatura para o Mundial 2018 que foi ganha pela Rússia, os jornais britânicos foram perentórios ao acusarem a FIFA de se ter vendido.
O "Times" aponta o dedo à corrupção na própria FIFA. «O sistema de eleição dos países organizadores de um Campeonato do Mundo é atrozmente corrupto», escreve o jornal, considerando-o demasiado «restrito, ultrassecreto e fácil de manipular».
O "Daily Mirror" também escreveu na sua primeira página: «A Rússia, um Estado mafioso corroído até à medula pela corrupção; o Qatar, um reino medieval sem liberdade de expressão, ambos nadam no dinheiro que o petróleo oferece.»
Por falar no Qatar. Li, há dois dias, um artigo no “France Football”, o qual vou resumir. Quem não leu Vale a pena ler! Para sabermos o que se passa nesta sociedade de interesses, sem escrúpulos, e até onde vai esta pouca vergonha.
Esta revista expõe possíveis casos de corrupção na entrega da organização ao Qatar. «O secretário-geral da FIFA enviou um e-mail ao vice presidente da FIFA a dizer-lhe que o Qatar comprou o Mundial 2022. Foram as jogadas de bastidores que levaram os membros do Comité Executivo da FIFA a entregar a organização a esse país», escreveu a revista, que acrescenta.
«Amos Adamu, um dos quatro representantes da Confederação Africana de Futebol, foi suspenso mesmo antes da votação, após suspeitas de corrupção levantadas por uma investigação do “Sunday Times”».
Esta revista diz que Michel Platini inicialmente estava inclinado para votar nos EUA mas mudou de ideias, depois de uma reunião secreta nos Campos Eliseu, dez dias antes da votação. Nesse meeting estariam Nicolas Sarkozy, Tamim bin Hamad al-Thani, príncipe do Qatar, e Sébastien Bazin, presidente do PSG.
«Para aliciar Platini e Sarkozy, terá sido proposto um plano de investimento do Qatar no futebol francês, que se iniciaria com a compra do PSG, que estava em grandes dificuldades financeiras. Em maio de 2011, a Qatar Investment Authority comprou 70% das ações do clube. Em março de 2012 passou a deter todo o capital», conta o France Football.
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