No Estoril tal como em Barcelos, o Sporting teve um início prometedor. Bruma, numa das suas imprevistas jogadas, assistiu Ricky van Wolfswinkel e o holandês, após um excelente movimento, iniciou o marcador. Moralizada com o golo, a equipa leonina dominava como queria um surpreendido Estoril. Porém o apagão interrompeu o ritmo vivo e a clarividência dos leões. 
O Estoril, já no confronto com os dois líderes do campeonato, demonstrou que é uma equipa bem estruturada e difícil de derrotar. Após o regresso da luz foi a equipa mais iluminada. O Estoril é uma das poucas equipas que estuda, cria e aproveita os lances de bola parada, ontem marcou dessa forma os três golos. O ensaio e a concretização do primeiro golo é um trabalho de “laboratório”. Parabéns ao jovem treinador Marco Silva. 
O Sporting não se pode queixar de falta de dinâmica, nem falta de agressividade, nem de inexperiência. Perdeu porque, taticamente, foi menos organizado. Porque não concretizou a grande penalidade. Porque Rui Patrício esteve infeliz nos três golos que sofreu. Porque não fez uma oposição correta no lance do primeiro golo do Estoril.
O jogador quando vai marcar uma grande penalidade tem de estar confiante. O holandês estava nervosíssimo, inseguro e rematou sem olhar para o guarda-redes, quando deveria fazer a “paradinha”. No lance do golo de Jefferson houve falta de oposição, pois deveriam estar dois jogadores próximo do marcador do canto. Até porque, num canto anterior, o Estoril já tinha tentado fazer o mesmo.
Rui Patrício, que tem sido quase sempre o melhor, desta vez borrou a pintura. Na colocação do primeiro golo estava adiantado. No lance da grande penalidade foi infeliz porque a bola ao bater na relva fugiu-lhe. No golo de livre, erradamente colocou-se no canto oposto aquele onde a bola entrou. Então não há ninguém que lhe diga onde se deve posicionar?
No final do jogo, Jesualdo explicou: «É nestes momentos que temos de aprender. Temos de ser mais agressivos e trabalhar como equipa durante os 90 minutos. O jogo correu-nos mal. Fomos penalizados pela nossa inexperiência. Há erros que já não são aceitáveis», 
Jesualdo é um treinador experiente e certamente vai analisar e refletir para corrigir os erros, e ensinar os jogadores. Pois sofrer três golos de bola parada, realça que os jogos por vezes perdem-se por se descurar detalhes fundamentais. 
Os putos têm imensa qualidade, são bons executantes, sentem a camisola, têm ambição, são puros tecnicistas. A técnica é o certificado, a garantia da eficácia tática. Como formador que é, Jesualdo integrará a técnica destes jovens nos seus planos táticos e desta forma poderá construir uma excelente equipa. Pois os miúdos têm vontade de correr. Só lhes falta saber para onde!