Este artigo tem mais de 11 anos
Pedro Gomes analisa o dérbi lisboeta entre o Benfica e o Sporting.
Escrevemos que, caso o Benfica-Sporting fosse um jogo bem disputado, dividido e equilibrado, onde qualquer um poderia vencer, as equipas continuariam confiantes e moralizadas. De facto demonstraram estar bem e recomendam-se.
O jogo teve momentos de bom futebol e culminou com sete golos. Com 3-1 os benfiquistas já pensavam em goleada, mas quando o Sporting voltou a empatar, a incerteza do resultado aumentou e a inquietação, a apreensão e a ansiedade pairavam dentro e fora do campo. Dado que as oportunidades surgiam para ambos os lados. Acabou por vencer o Benfica, como poderia vencer o Sporting.
No final, no meio da multidão, escutei os comentários dos adeptos. Os benfiquistas estavam orgulhosos por vencerem o seu rival de sempre. Felizes, exultaram o seu contentamento com cânticos. Em grupo, uns diziam: «Jogámos mais e melhor, merecemos a vitória. Enviamos duas bolas ao ferro e o Rui Patrício evitou uma cabazada. Sim, mas ofereceu-nos o quatro golo. Temos de melhorar nas bolas paradas. Porque é que na segunda parte nos encolhemos? Demos o domínio aos leões e empatamos. É pá, ganhámos é o mais importante».
Os sportinguistas tristes por perderem, mas radiantes com a prestação da equipa e confiantes no futuro, não ficaram convencidos, acharam que não foram inferiores, antes, pelo contrário, lamentavam a menor exibição na primeira parte. Realçavam a superioridade na segunda. Debatiam os prejudiciais erros da arbitragem. As duas grandes penalidades e o golo em fora de jogo. «Isto é sempre a mesma coisa, somos sempre gamados». Lastimavam a infelicidade no quarto golo e das duas oportunidades perdidas.
O jogo foi bom pela emoção criada, foi mesmo electrizante dado o desenrolar do marcador e de outras situações de golo possível. Tais como: bolas no ferro, excelentes defesas dos guarda-redes. E sobretudo os sete golos. É disto que o povo gosta.
Contudo nem tudo foram são rosas. O Sporting na parte inicial foi uma equipa desorganizada com os setores distantes. O meio campo, nem defendeu, nem apoiou o desgarrado ataque. Isto dado que André Martins jogou praticamente a ponta de lança. Adrien não se viu nesse período e William não chega, para tudo.
As jogadas que antecederam os três golos do Benfica foram executadas de forma perfeita e a finalização de Cardozo nem se fala. Mas foram facilitadas por falta de oposição na zona intermédia e por deficiente marcação ao avançado paraguaio, onde estavam Jeferson e um dos centrais para dificultarem as ações de Cardozo. O erro da defesa ao saltar e tentar adivinhar que o livre seria aéreo não é admissível. Também no excelente golo de Capel, André Almeida estava mal colocado.
A segunda parte foi antagónica no domínio. Leonardo Jardim retificou a forma de jogar da equipa e por isso Adrien foi um gigante, a subida de produção deste jogador e com as acertadas substituições, o Sporting transfigurou-se e superou um Benfica mais lento e preocupado em gerir o resultado. O Benfica continua a não acertar nos lances de bola parada e ontem sofreu mais dois golos.
Com a entrada do fresco e rápido Cavaleiro o jogo ficou outra vez equilibrado e aconteceu o feliz golo do Benfica. Feliz por negligência de Rui Patrício, não por a bola lhe ter passado entre pernas, coisa que ele não podia evitar, mas sim por não a intercetar quando esta bateu na relva. Dentro da pequena área.
Comentários