Com a afirmação de Jorge Jesus sobre a (im)possibilidade de um jogador formado no Benfica poder substituir Matic, surgiu novamente a discussão sobre quem faz formação, se compensa apostar na formação e com que indicadores se avaliam uma boa ou má formação pelo menos nos clubes do futebol profissional?

Se olharmos para os clubes que têm disputado o título nacional sénior nos últimos anos, apenas o Sporting apresenta jogadores formados na sua academia no ‘onze’ titular com bastante regularidade. Bastará esse indicador para considerarmos que a formação do Sporting é a melhor comparativamente ao Benfica, Porto e até a do Braga?

Olhar para a formação dos clubes profissionais e para os pilares que fazem a junção entre a formação e os plantéis seniores em Portugal é um triste exercício. As diversas conclusões a que chegamos são muitas, mas quase todas infelizes. Por um lado os clubes esforçam-se por dar cada vez melhores condições aos escalões de formação. Os apoios que os planteis seniores costumavam ter ao nível do treino físico, mental e até social já chegaram à formação. Por outro lado a grande maioria desse esforço e dádiva é deitada ao lixo como quem despreza todo um planeamento e esforço humano e financeiro sem qualquer problema.

A formação e a viagem de um atleta até chegar aos seniores não depende apenas da sua qualidade, trabalho e talento. Depende da cultura e da visão das pessoas que gerem o clube. Na verdade nunca chegaremos a saber se o Porto e Benfica trabalham bem ou mal na formação, pela simples questão, que os atletas ‘desaparecem’ sorrateiramente com o tempo. Ganham títulos nos juvenis e juniores, mas depois os jogadores são emprestados e outros saem definitivamente e a novela fica por aí.

Nunca duvidando da qualidade que os jogadores do Sporting forma, a grande diferença entre o clube de Alvalade e os outros não é a qualidade que os jogadores têm e a preparação mental, tática e física que apresentam. A principal diferença é que o clube aposta e arrisca. Uns resultam, outros não. A viagem apresenta mais um capítulo nesta história do que em outros clubes.

As dificuldades financeiras já se fazem sentir. Mas não será isso que alterará algo. A mudança tem de ser suportada por ideias e convicções. Por ideias alinhadas com a necessidade e utilidade de se formar para aproveitar. Convicções que terão de ser dadas tantas oportunidades aos formados internamente como se dão a outros que chegam por recomendações e a grande maioria das vezes, mais dispendiosos.

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