O encontro entre o Zenit e o F.C. do Porto fica marcado por vários acontecimentos. Os quais apresentaremos ao longo desta crónica. Quanto ao jogo os russos iniciaram-no a todo o gás, atacaram de forma acutilante desenvolvendo várias jogadas pelas alas, onde Faizulin e Dani criavam problemas aos laterais do Porto.
O F.C. do Porto equilibrou o jogo e num lance bem elaborado de contra ataque, Hulk num raide veloz ultrapassou Lombaerts serviu James e este inaugurou o marcador. Um golo aos 10 minutos era um bom começo o qual indiciava um resultado positivo para os dragões
O Zenit voltou à carga, com várias iniciativas atacantes na procura da igualdade. Contudo a defesa do Porto muito certa foi adiando o empate. Mas depois de mais uma investida de Faizulin pelo corredor direito, Helton defendeu para a frente e Shirokov empatou.
O Porto respondeu com um excelente remate de Álvaro Pereira que proporcionou uma grande defesa de Malafeev. Entretanto o infeliz Kleber lesiona-se. Para o substituir entrou Varela. Após esta alteração forçada, Hulk passou a actuar a ponta de lança.
O Zenit imprimiu uma forte dinâmica, e o meio campo russo superava o trio intermédio do FC Porto. A defesa dos azuis e brancos, sem o apoio defensivo dos colegas do sector que actuavam à sua frente, passou por momentos aflitivos. Por 3 vezes o 2º golo dos russos esteve iminente. Se o jogo estava complicado para o Porto, mais se agravou depois da expulsão de Fucile.
Com a expulsão de Fucile, e a jogar com um elemento a menos. Vítor Pereira teve de optar por substituir um jogador do meio campo ou do ataque para a entrada de um jogador de características defensivas.
Ao intervalo pensou e estruturou uma estratégia para utilizar na segunda parte dado que a equipa tinha menos um elemento. O seu plano visava contrariar a superioridade numérica do Zenit, defendendo bem e possivelmente aproveitar a velocidade de Hulk e Varela para explorar o adiantamento da defesa russa.
Vítor Pereira sabe como se deve jogar na situação de inferioridade e perante as características dos jogadores em campo, optou por tirar James, por desviar Fernando para o lugar de Fucile e introduziu em jogo Sousa que, foi preencher o lugar de Fernando.
A sua ideia estava correcta? Só que alguns jogadores não encaixavam, na dupla função – defesa – ataque. Belluchi não tem características defensivas, nem velocidade para acompanhar o dinâmico lateral do Zenit. Moutinho de tanto laborar começava a ficar fatigado. Varela tentou acompanhar as investidas do lateral, mas o mau momento que atravessa não ajudou. Sousa teria de jogar no centro da linha horizontal do meio campo ao lado de Moutinho e não como trinco.
Com a primeira linha defensiva mal escalonada, os jogadores do Zenit entravam na defesa do Porto como queriam. Nas possíveis acções ofensivas, aos dragões quando de posse de bola, faltou clarividência para servir Hulk, o qual também não solicitou os passes em profundidade, nem procurou a bola para aproveitar a sua velocidade.
Para agravar esta situação o Porto sofre o 2º golo no seguimento de bola parada, onde a inferioridade não se evidencia. A partir desse momento a equipa do Porto desuniu-se, desorganizou-se, e não mais conseguiu travar o caudal atacante do Zenit que criou oportunidades atrás de oportunidades, em duas das quais marcou, embora só uma contasse.
É verdade que Vítor Pereira não tem sido feliz nas escolhas, nas mudanças, nas substituições e no discurso. Mas também é uma realidade que alguns jogadores por esta ou aquela circunstância não estão em forma. Apesar de tudo, o Porto lidera o campeonato, e continua bem posicionado para passar à fase seguinte na Liga dos Campeões.
Vítor Pereira deve estar arrependido do que disse depois do jogo com o Shakhtar «O meu papel é não estragar o talento que tenho em mãos e deixá-los desfrutar do jogo e crescer como equipa, sem muitas amarras tácticas».
«Não me iludo com o táctico, julgo que treinar é conduzir jogadores. Quem vai dar a dinâmica são os jogadores, são eles que promovem o modelo do jogo. Eu não acredito em «futebóis» em que o treinador assume o papel fundamental»
É a sua opinião, mas a táctica não faz dos jogadores autómatos, antes pelo contrário, dá-lhes liberdade de escolha para exprimirem a técnica, a criatividade e a inteligência. O treinador é parte liderante e pedagógica. O jogador, é parte integrante, responsável, e concretizadora de planos trabalhados no treino.
Por isso a táctica é fundamental em qualquer desporto. A táctica é a organização e a planificação individual e colectiva. É um conjunto de estratégias estudadas, explicadas e ensaiadas pelo treinador nos treinos, para que os jogadores as apliquem nos jogos.
Esta derrota tem algumas atenuantes. Mas dada a soberba época que o clube realizou na época passada, exige-se demasiado a esta equipa técnica. A qual tem de analisar, reflectir e de detectar os erros. Porque a procissão ainda vai no adro.
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