Esta Taça das Confederações é um autêntico soporífero. Depois do Brasil-Japão, levamos com esta seca do Itália-México, no qual poucos resistiram a não cair nos braços de Morfeu. O ritmo foi tão lento que Pirlo, o veterano de 34 anos, foi o melhor jogador em campo. Embora o narrador da televisão nos dissesse por várias vezes «veja aqui o melhor futebol do mundo». Não vi!
Aliás, como amante de futebol presto a Pirlo a minha homenagem, não só pelo excelente golo que marcou, mas também por ter feito ontem o centésimo jogo como internacional. Não é por acaso, mas sim por mérito, que é considerado o melhor centro campista da história da Itália e considerado pela FIFA como o melhor passador do século XXI. Contudo, há que realçar que a posição onde joga é desgastante e se o jogo tivesse maior dinâmica, não aguentaria os 90 minutos!
O que nos entristece é olhar para aquela seleção e não deslumbrarmos um herdeiro da técnica, da inteligência e do futebol praticado pelo extraordinário jogador que é o capitão da Squadra Azzurra. Para além de Pirlo, só outro jogador se destacou. O extravagante Balotelli. Ele discute com o árbitro por tudo e por nada, ameaça os adversários, atira com a bota. Todavia joga bem, marca golos, despe a camisola e depois diz: «Não sabia da existência dos cartões amarelos». Um espetáculo!
No Espanha-Uruguai tinha de estar presente o tiki-taka, goste-se ou não deste estilo, a realidade mostra-nos que é o modelo mais organizado em termos dos princípios de jogo, os quais visam a segurança defensiva e a evolução atacante. Esta forma de jogar do Barcelona, a qual todas as seleções espanholas emitam, reúne os melhores atributos. Defende bem porque pressiona constantemente, e como só há uma bola, e estas equipas têm-na numa percentagem avassaladora, a outra equipa não joga.
Nas ações ofensivas é mesmo uma ofensa aos treinadores de futebol. É penalizante e confrangedor para quase todos, ia a dizer todos. Isto explica a falta de ideias para responder com um antídoto a este tipo de futebol. É chocante observar uma das melhores seleções sul-americanas a ser ridicularizada, em 30 minutos só teve a bola durante 4 segundos. Isto só demonstra que quando recuperavam a bola não tinham um plano, uma organizada saída para o ataque.Os jogadores não sabiam o que fazer em campo.
Perante esta superioridade espanhola restava aos uruguaios ver os adversários a jogar e apreciar a técnica dos seus antagonistas. Antes falámos de Pirlo, agora falamos de Xavi e de Iniesta: estes dois são os melhores médios do mundo. Comandantes da esquadra de Vicente del Bosque, o qual melhorou o tiki-taka com a integração de um ariete, têm em Soldado o recetor final, o qual dispara e bem para o golo.
Suárez e Cavani, os dois em conjunto, marcaram nos seus campeonatos perto de 70 golos. Ontem foram uma nulidade, foram mais defesas que atacantes e limitaram-se às sobras de perda de bola dos espanhóis. Ambos perdidos num futebol inócuo e submisso. Luís Suárez ainda mostrou uma parte do seu futebol, na exímia marcação de um excelente golo de livre.
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