Sporting e Benfica encontram-se empatados a 1 vitória após os primeiros dois duelos disputados em Odivelas (casa da equipa leonina até que esteja concluída a edificação do Pavilhão João Rocha) na Final da Liga Sport Zone. Se no primeiro encontro a equipa do Sporting venceu por claros 3-0, no segundo encontro disputado 24 horas depois, a equipa de águia ao peito superiorizou-se ao vencer por 1-2 levando agora a Final para pelo menos mais dois encontros a serem disputados no Pavilhão da Luz na próxima sexta feira e domingo, sendo que duas vitórias levarão qualquer uma das duas equipas a festejar o titulo de campeão nacional, ou em caso de novo empate no fim de semana, terá lugar o quinto e derradeiro jogo em terreno leonino.
No primeiro jogo assistimos a uma entrada muito forte por parte do Sporting, pressionante sobre a primeira linha de construção do adversário e que tentava ou na recuperação rápida da posse de bola ou nos lançamentos mais diretos através do seu Guarda Redes ultrapassar a primeira linha defensiva encarnada de forma a jogar no meio campo adversário o maior numero de minutos possíveis. O SL Benfica foi equilibrando este ímpeto inicial da equipa da casa, e com muito critério na posse de bola e na movimentação ofensiva das suas “pedras nucleares” (com Ré e Chaguinha em destaque) foi conseguindo adiar o golo inaugural da partida que só surgiu no final da primeira parte através de Fortino num pontapé de canto em que o Sporting no tradicional movimento interior para aparecer bola aérea consegue marcar na baliza á guarda do gigante Juanjo.
Para a segunda parte esperava-se uma reação da equipa do Benfica, mas tal não se verificou. Uma equipa apática, resignada, assistia ao avolumar do resultado de forma desastrosa e permite ao Sporting abrir o resultado em 3-0 em três golos de bola parada que Cary e depois Diogo (este ultimo após erro incrível de Alan Brandi) não tiveram dificuldade em bater o Guarda Redes Internacional Espanhol.
O Sporting vencia assim o primeiro jogo com uns contundentes 3-0 em lances de bola estratégica é bem verdade, mas muito bem conseguidos e onde a equipa do Benfica não fica bem na fotografia pela infantilidade de erros de abordagem simples por parte do defensor direto, ou em bloqueios onde não eram capazes de diminuir a amplitude e objetividade de movimentos da equipa do Sporting, sabendo-se da qualidade da equipa de Nuno Dias neste tipo de lances estratégicos.
Inicio de segundo jogo e rapidamente se percebeu que iria ser um jogo diferente, mais físico (não que o primeiro fosse mais técnico, até porque ambos os jogos ficam marcados por terem sido jogos eminentemente de final, e por isso com muito mais cautelas defensivas), mais de confronto, e onde o Benfica jogaria grande parte das suas aspirações nesta final, e a forma como os seus jogadores disputaram os primeiros duelos levaram o banco do Sporting ao limite dos nervos considerando que ultrapassavam os limite da agressividade. Comandados por Fernando Wilhelm (encheu o campo), e com Chaguinha, Ré e Hemni em excelente plano, o Benfica colocava em sentido a equipa leonina que a espaços com Caio, Cavinato, Fortino e Merlin (este ultimo muito abaixo do que o que tem habituado a equipa de Alvalade) conseguia chegar com perigo à baliza de Juanjo (que voltou a estar em grande plano), mas em menor numero de vezes que a equipa da luz. O Benfica aproveitava a defesa mais individualizada do Sporting para abrir espaços nas costas da defensiva leonina (que jogava com menos ocupação espacial e muito mais no duelo defensivo), que iam sendo aproveitadas para aparecer no um contra um com Marcão mas que este ia adiando o inaugurar do marcador.
Cavinato ainda reacendeu a esperança da equipa do Sporting quando restabeleceu a igualdade a um golo após tento inaugural de Rafael Hemni, mas Alan Brandi já na segunda parte encostou fácil para a baliza de Marcão, após jogada magistral do endiabrado Ré, e estabeleceu o resultado final que o Sporting não teve arte nem engenho de alterar nem de Guarda Redes Volante muito por culpa própria diga-se (inúmeras más decisões de finalização com colegas muito melhor posicionados para desfeitear a baliza do adversário), mas também porque do outro lado Juanjo ia enchendo a alma dos corações encarnados com um punhado de grandes intervenções. O resultado final de 1-2 premiou dessa forma a equipa de Joel Rocha que teve a astúcia de mudar a sua atitude competitiva da noite para o dia em apenas 24 horas privilegiando a capacidade de superação dos seus atletas em detrimento de alguma organização e responsabilidade coletiva. E nesse “pormaior” que o Sporting tinha sido irrepreensível na véspera (lances de bola parada) o Benfica soube readaptar a sua forma de defender este tipo de situações apostando na antecipação e agressividade individual em detrimento de organização zonal, o que paradoxalmente podia permitir ao Sporting colocar a bola mais perto de linhas de finalização da baliza de Juanjo, mas os jogadores do Benfica chegavam sempre primeiro á bola ou ao espaço onde a bola deveria querer entrar.
A final segue agora para o Pavilhão da Luz onde a equipa da casa quererá contrariar o domínio do Sporting em toda a temporada (venceu a Taça de Portugal e a Taça da Liga, venceu a fase regular da Liga Sport Zone, e foi o melhor ataque e a melhor defesa), mas esse favoritismo leonino terá sofrido um rude golpe no jogo dois da final, e Nuno Dias tem agora cinco dias para analisar, corrigir e fazer acreditar uma equipa que já teve melhores momentos nesta temporada, mas que a qualquer segundo pode voltar a remontar a esses períodos áureos em que dominou grande parte da época. Da parte de Joel Rocha conseguiu vencer um jogo no terreno do adversário, algo que talvez só ele e a sua equipa de trabalho teriam como certeza, mas agora, com esta vantagem, certamente irão galvanizar o público encarnado e tornar o jogo 3 e 4 da final autenticas batalhas para a definição do vencedor do cetro.