A Liga avança e vai-se definindo mais alguns passos. Existirão verdadeiros testes para as equipas e claro está, para os seus treinadores! E vão acontecendo cada vez mais acontecimentos que os vão retirar da sua zona de conforto. Expô-los tanto, mas tanto, que existirão uns preparados mais para esses momentos do que outros. Momentos que podem ser mais vitórias ou derrotas do que as suas expectativas iniciais.
E é precisamente nesses momentos que um excelente autoconhecimento traz inúmeras vantagens. Muito se debate sobre a liderança. O que é ou não é! O desporto é um excelente contexto para analisarmos milhares de comportamentos distintos e com resultados diferentes. Mas felizmente vamos chegando a algumas conclusões. E uma delas é que é fundamental o domínio de algumas competências comportamentais.
As relações intensas que se criam no âmbito de uma equipa profissional com objetivos de título geralmente dão dois resultados: grande relacionamento com um sentimento de compromisso e entrega total, agradecimento, objetivos comuns, reconhecimento e dedicação. Ou saturação pela exigência e intensidade, frustração, descompromisso, de pouca ou inexistente entrega. Na primeira temos equipas (atletas e equipa técnica) com uma maior durabilidade. E isso trará provavelmente melhores resultados e durante mais tempo. O segundo exemplo traz momentos iniciais de grande intensidade, mas as relações morrem pela incapacidade de gerir as falhas.
Mais uma vez observo os três treinadores que estão a lutar pelo título e vejo-os nestas posições. Um que esgota as suas relações pela exigência desmensurada e pelo pouco retorno humano que dá. Pelo foco único no resultado. E dado que esse resultado não é atingido, os atletas não recebem nem os títulos prometidos em troca da sua entrega nem o acompanhamento humano necessário. Jorge Jesus não pode ficar tanto tempo no mesmo clube ou então os jogadores têm de rodar assim que as suas relações comecem a ficar estragadas pela não obtenção dos objetivos que o treinador exigiu. E exigir é bastante diferente de comprometer.
Leonardo Jardim ganha pontos. Não só nos jogos mas com os atletas. Ouço e leio muitos comentários que a equipa do Sporting não pode ser movida apenas com motivação e relações de confiança entre o treinador e jogadores técnica e taticamente com menor qualidade que os do Porto e Benfica. É verdade! Num campeonato super exigente e nivelado por cima, não daria. No nosso, pode chegar. Que os seus adversários não melhorem em muito o seu rendimento e quando olharem para cima, Leonardo Jardim estará a dar uma lição que é um perito em várias áreas. E pelo que se percebe, naquelas que são as mais simples!
Paulo Fonseca continua a estar num enorme limbo em termos de definição das suas ações comportamentais. Porque a sua estrutura ampara muitos impactos negativos e prepara as situações. Não é muito usual a comunicação social soprar com suposições sobre mexidas internas no plantel do Porto. Mas a verdade é que este ano, Paulo Fonseca não tem usufruído desse complemento. E aí, tem-se portado bastante bem!
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