Finalmente o Sporting voltou a vencer em casa. Já não o fazia desde o dia 18 de Janeiro. O Sporting, durante os vinte minutos iniciais, exibiu o melhor futebol desta época. Os dois golos marcados nesse período foram sequência da excelente exibição. 
Esta melhoria aconteceu porque, Labyad jogou quase como segundo ponta de lança e desta vez saiu-se muito bem, fez o seu melhor o jogo, e a sua proximidade a Wolswinkel beneficiou o jogo do holandês. Por outro lado, o virtuosismo e as mudanças de velocidade de Bruma impulsionou a dinâmica leonina. A lentidão do trio de meio campo do Vitória, o qual em conjunto totaliza quase cem anos de idade, também contribuiu para esse domínio temporal.  
O Vitória de Setúbal parecia um adversário acessível, e de facto foi. Aos poucos foi aproveitando o abrandamento do jogo leonino e os passes errados de Eric e sobretudo de Rinaudo. O argentino passou a bola a um setubalense e este iniciou a jogada do golo, do Vitória. O Sporting desorganizou-se defensivamente e pregou alguns ligeiros sustos a Rui Patrício. 
Mesmo passados os vinte minutos iniciais, a supremacia do Sporting mantinha-se, apesar de não ser tão dominante. Contudo a emoção pairava no ar, e as bolas nos suportes das balizas. O Sporting, ainda na primeira metade, enviou duas bolas aos ferros. 
E na segunda parte, os leões estiveram sempre mais próximo do golo. Contudo, só um golo de diferença não dava tranquilidade. E o empate esteve quase a acontecer, quando Jorginho de calcanhar enviou a bola ao poste. Jesualdo assustou-se e decidiu mal, ao substituir Labyad (um dos melhores em campo) por Adrien. O professor, na expetativa de segurar o resultado, trocou velocidade por lentidão. Resultado, a equipa perdeu discernimento e acutilância. E aumentou a preocupação e a incerteza.  
O futebol dos leões estava menos ligado, mas ainda assim remataram uma bola ao poste e criaram mais dois lances onde poderiam ter descansado os seus adeptos. Tal não se concretizou e os sportinguistas sofreram até ao fim, com receio que o Setúbal marcasse, o que até poderia ter sucedido.
Este resultado confirmou que o Sporting abandonou de vez o espectro de descida, que paradoxalmente pairava nas previsões mais pessimistas de alguns descrentes adeptos. 
A realidade futura do futebol leonino passa pela aposta dos jovens da Academia. Ontem três dos quatro elementos que se realçaram positivamente são "made in" Sporting. A qualidade dos miúdos de Alcochete não engana. 
Bruma é o jogador leonino mais dinâmico. O seu futebol extravagante e clarividente impõe um ritmo que, para além de estimular os colegas, é um quebra-cabeças para os adversários. Eric tem uma correta noção de jogo. É um excelente central, mas para atuar a médio falta-lhe velocidade. Ilori é o melhor, de todos os centrais leonino. Mas existem mais, muitos mais. O viveiro não se esgota.