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Nélson Veríssimo acabou de dar oxigénio a Roger Schmidt e se eu estivesse no lugar dele, começaria a enviar currículos que a próxima época começa mais cedo que o normal.
Grande jogo ontem em Braga! Sem ironia alguma podemos dizer que se assistiu possivelmente a um dos melhores jogos deste campeonato! Teve um pouco de tudo, emoção, drama, foi uma orgia futebolística de altíssima qualidade.
O Benfica apresentava-se em alta em Braga - única equipa portuguesa na Champions. Vinha de bons resultados, mas o Braga pouco ou nada se importou. Nélson Veríssimo continua sem conseguir dar três seguidas, não é para todos mas está mais que provado que é possível. Falo de vitórias obviamente. A meio da primeira parte Vertonghen decide fazer uma festinha a Ricardo Horta, este sente a mão do belga como se esta pesasse 100 quilos e manda-se para o chão. Luís Godinho, possivelmente irritado por não poder receber uma festinha de Vertonghen no cabelo decidiu assinalar falta.Na marcação da falta o Zorro do Minho, também conhecido nos meandros futebolísticos como Iuri Medeiros marca um golaço! Estou certo de que Chris Rock coraria de vergonha se visse o modo como Ricardo Horta reagiu ao toque do central belga.
Na segunda parte veio o festival de futebol, um Rock in Pedreira de alta categoria. O Benfica vai atrás do empate, mas o Braga através dos irmãos Horta faz uma jogada daquelas que deve ser vista, revista e revisionada. Parecia uma orquestra a tocar Vivaldi em plena Pedreira. Até deixo a sugestão à Câmara de Braga para que no concerto de ano novo convide os irmãos Horta para atuarem. Nélson Veríssimo a ver os três pontos mais longe do que o Bom Jesus decide pôr a carne toda no assador. Aos 65 minutos opera uma revolução na equipa, ou não estivéssemos nós em Abril. O Benfica ainda assim parecia derrotado, mas alto lá!! André Horta sacou do desfibrilhador e trouxe o Benfica ao jogo. O jogador bracarense encarnando uma das poucas modalidades que trazem alegrias aos benfiquistas, decidiu fazer uma receção digna do melhor voleibolista e oferecer um penálti ao melhor marcador do campeonato. Luís Godinho ainda foi ao ecrã do VAR confirmar, mas era um penálti de mão cheia. À parte do jogo, eu se estivesse no lugar do Ricardo Horta, no Natal dava um embrulho vazio ao André com um cartão a dizer "ingrato". É que é preciso ter lata, o Ricardo oferece um golo ao irmão e o irmão oferece um golo ao Darwin Núñez? Onde é que isto faz sentido? Depois queixam-se que as famílias têm problemas e andam desestruturadas. É que para os mais distraídos, o Ricardo Horta está a lutar pelo prémio de melhor marcador com o Darwin. O golo animou o Benfica que poucos minutos depois faz o 2-2 por João Mário. Sim, o João está vivo, aparentemente ainda faz parte do plantel do Benfica e mais um golo Fernando Santos ainda o convoca para o Mundial. O jogo parecia uma montanha russa de emoções, de um lado adeptos iam da euforia à depressão em 5 minutos, no outro iam da depressão à euforia, era uma cacofonia de alegria, tristeza, euforia, dopamina regada a lágrimas, até que Vitinha, dois minutos depois do golo de João Mário fecha as contas na Pedreira. Vitinha, esse jogador, que sempre que olho para ele lembro-me do Saul Ricardo, num remate cruzado mata o jogo tal e qual um gladiador. Vitinha, o Spartacus do Minho. Com este resultado o Braga tenta fugir à bicada do Gil na tabela e o Benfica fica, como se diz no Minho, a ver o campeonato e (possivelmente) a entrada direta na Champions por um canudo. Nélson Veríssimo acabou de dar oxigénio a Roger Schmidt e se eu estivesse no lugar dele, começaria a enviar currículos que a próxima época começa mais cedo que o normal.
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