Qual a razão que leva algumas equipas a ganhar mais que outras é sempre uma discussão que permite imensas opiniões. Umas mais na variante do que fazem, outras do como o fazem e outras sobre o que sentem as equipas que vencem mais vezes. 
Considero que quando duas equipas se confrontam e possuem as mesmas competências relacionadas com o fator técnico e organizacional, o talento é um fator determinante. Mas não considero que seja ‘o’ fator diferenciador. O elemento diferenciador é a cooperação genuína coletiva que permite que o talento possa surgir de forma natural e operacional.
Um conjunto de elementos que são bons a fazer as suas tarefas, mas que não possibilitam e produzam situações para que esse seu talento e o talento dos colegas surjam, passa a valer muito menos. Quase nada quando comparativamente com o talento que é a cooperação e o compromisso para que os seus talentos e os dos seus colegas possam surgir para alcançar os objetivos de todos. 
Os dois jogos entre o Benfica e FC Porto, em que a equipa benfiquista jogou com menos um jogador durante uma hora, são provas práticas que um conjunto de excelentes jogadores em termos individuais pode não dar um conjunto competente e que num jogo cada vez mais tático como é o futebol, a organização, cooperação, atitude competitiva e compromisso coletivo vale bastante. Especialmente se alguns destes atletas conseguirem juntar a componente da qualidade técnica à entrega. 
Jorge Jesus, que já apontei vários hiatos comportamentais aqui, denotou nestes dois jogos uma sagacidade enorme. Uma capacidade de conseguir comprometer os seus jogadores a ambientes sempre desconfortáveis contra um adversário, que independentemente da má época, é composto por individualidades com qualidade. 
Como se consegue comprometer os jogadores a este nível? Não há receitas. Não há ciências muito exatas por aqui. Mas claramente existem algumas ferramentas que trazem mais vezes bons resultados do que outras ferramentas. 
Jorge Jesus consegue neste final de época algo que é contrariar quem o acusava de ser mau comunicador. À sua maneira, ele passa a sua mensagem. E pelos vistos tem passado bem.

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