Ontem ao ver o Sporting realizar a melhor exibição coletiva desta época, mesmo sabendo que o golo madrugador foi o ponto de partida para trinta minutos de bom futebol, porque os golos moralizam os jogadores, os quais ganham confiança, motivam-se, entusiasmam-se, galvanizam-se, aceleram e tecnicamente expõem a sua irreverência criativa.

Acho que além da mudança de direção, a qual acompanha de perto a equipa, transmite segurança, confiança aos profissionais e de certa forma influencia a atitude e a abordagem aos jogos as quais diferem do que acontecia num passado recente, o binómio de entendimento entre Jesualdo e os jogadores está mais sintonizado. Mas para lá destes pressupostos antevejo que o futuro futebol leonino está na Academia.

Como apreciador, e por experiência própria, acredito e aposto na juventude. Admiro a extravagância técnica, a improvisação criativa e a irreverência desta jovem equipa leonina, a qual ontem apresentou inicialmente sete portugueses o que é de realçar neste campeonato, dado que há equipas que por vezes alinham só com estrangeiros. Não sendo chauvinista, falo no interesse da formação que é fundamental neste arrepiar caminho despesista. Aliás todos os clubes no futuro terão de recorrer “à prata da casa”!

Sem menosprezo para os outros jogadores, destaco as exibições dos oriundos da Academia. Rui Patrício pendular. Iliori, Bruma e André Martins, estes dois, enquanto tiveram gás foram os grandes dinamizadores do futebol leonino. Bruma foi um quebra-cabeças para a defesa do nacional, no primeiro golo driblou e ultrapassou o lateral, depois serviu Capel o qual surpreendeu os centrais ao surgir de rompante e muito bem na zona frontal para marcar um vistoso golo de calcanhar.

André Martins joga como respira, coloca a bola onde põe o olhar e move-se para espaços apropriados na solicitação da bola. Quando estes dois jovens jogadores adquirirem condição física para jogarem noventa minutos em ritmo alto como o fizeram durante uma hora, vai ser um caso sério.

Jesualdo apercebeu-se e decidiu-se tarde, mas ainda a tempo, ao dar e manter a titularidade a três dos melhores jogadores do grupo. Ilori o melhor central leonino e dos melhores deste campeonato. André Martins o Ferrari que, transformou o jogo apático e previsível num futebol dinâmico incisivo e eficaz. Ao invés dos colegas do setor, autênticos Fiat 600. Bruma não é preciso argumentar, bastou-me vê-lo jogar uma vez para me aperceber que era e é o melhor médio-ala leonino.

O Sporting vai certamente seguir o exemplo de homólogos europeus, os quais venceram mais de uma vez a Liga dos Campeões, numa mescla de jovens formados nas suas academias, com mais dois ou três craques. Pois de onde estes três imprescindíveis saíram, há mais, muitos mais. Alguns têm é de ser preparados e lançados na altura certa.

O jogo… Pois, o jogo foi bom agradável de seguir. O Nacional realizou uma boa meia hora na segunda parte, na qual impôs uma dinâmica muito agressiva, com um futebol de ataque bem articulado que ia surpreendendo os leões, aliás não fora o corte de Iliori e teria dado a volta ao marcador. Mas os leões responderam no último quarto de hora onde foram determinantes na conquista dos três pontos.

Quanto a arbitragens, continuam a falhar. Será que isto se pega? Falharam no dragão e ontem em Alvalade!