O Benfica é uma equipa vocacionada para o ataque. Contudo esta época tarda em conseguir impor essa filosofia de jogo. No Celtic Park, o Benfica, vá-se lá saber porquê, não foi a equipa de ataque esperada e desejada. Terá sido por acaso que foi uma equipa muito mais coesa, mais ligada, e segura a defender, do que nas ações ofensivas, onde o envolvimento atacante foi uma caricatura daquilo que o Benfica é capaz de fazer?
Porquê? A quase invencibilidade em casa do Celtic nesta prova assustou? Terá o treinador, idealizado um plano tático mais defensivo, adequado em função da prova e do adversário? Ou foram os jogadores que não conseguiram, após a recuperação do esférico, transformar e desenvolver uma evolução atacante correta e eficaz?
Analisemos porque é que o Benfica defendeu bem. Disse numa crónica anterior que o setor mais frágil das águias era o defensivo. Ontem esteve muito bem. Primeiro, porque quer queiramos ou não, o Celtic, futebolisticamente, está a léguas de distância do Benfica. O que não invalida as exibições do sector. Artur só foi incomodado pelo bloqueio que o Hooper lhe fazia nos livres de canto. Garay foi o expoente. Os laterais quase impecáveis. E Jardel não comprometeu apesar de…
No Futebol os setores são indissociáveis. Falemos do meio-campo que é a zona de preparação, e construção da maioria das jogadas de ataque, e simultaneamente a fronteira defensiva que visa anular as iniciativas de ataque do adversário. Ontem, a zona intermédia do Benfica esteve muito mais positiva a defender do que a atacar. Matic, bem no desarme, compensou os raros avanços dos laterais, e as deslocações dos centrais. Enzo Perez lutou imenso. Cheio de garra pressionou com muita agressividade. Aimar não tem características defensivas, mesmo assim fez o que pôde. No ataque os médios alas recuavam sempre que o Benfica não tinha a bola.
O jogo atacante teve pouca ligação e foi ineficaz. Faltou o maior dinamizador atacante do Benfica, Maxí Pereira. É pelos corredores laterais que os encarnados catapultam o seu jogo ofensivo. Ontem os laterais raramente avançaram e, assim, Enzo e Aimar (fora de forma) perdem território de escoamento e de endosso de passe, o qual fica reduzido e se afunila no corredor central. O quase isolamento de Rodrigo no ataque, não favorece. O individualismo de Gaitan quase não resulta. Sálvio, que tem sido a estrela do início de época, ontem esteve apagado.
Comentários